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“Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, e terás um tesouro no céu.”
Em um lugar silencioso, façamos a experiência de respirar profundamente, de tomar consciência deste momento, de nossas motivações e das expectativas que trazemos para mais um encontro com os textos bíblicos. Façamos também uma prece à Divina Ruah, a fim de que ela seja nossa companheira nesta leitura orante.
Leitura: o que o texto diz?
Façamos, pois, a leitura atenta de Mt 19,16-22, observando as personagens, seus movimentos, sentimentos e palavras, e até que este texto encontre morada em nossas vidas.
Leitura realizada? Vamos conversar um pouco.
O evangelho de hoje nos leva a assistir de pertinho a um diálogo entre uma pessoa – que só no v. 20 descobrimos que se trata de um jovem e no v. 22, que se trata de um jovem rico – e Jesus, a quem o jovem chama “Mestre” (v. 16). A narrativa é permeada por perguntas e cada pergunta parece surgir de um ‘poço sem fundo’ de dúvidas e inquietações:
- O que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?
- Quais mandamentos?
- O que ainda me falta?
Jesus responde paulatinamente a cada pergunta e cada resposta parece levar a outra pergunta. Jesus fala sobre a observação dos mandamentos, explicita-os e, diante da resposta positiva do jovem acerca de seu cumprimento, fala sobre o comprometimento radical de quem deseja ser perfeito: “Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (v. 21).
Diante dessa proposta, o jovem percebe que (ainda) não está pronto para dar esse passo, e o narrador nos informa de sua partida: o jovem foi embora cheio de tristeza (v. 22).
Meditação: o que o texto me diz?
O encontro com o texto de Mt 19,16-22 é muito propício para este mês no qual os católicos refletem sobre as vocações. Vocação tem a ver com as decisões que tomamos diante de um chamado ao seguimento de Jesus, de um apelo que se dá em nosso eu profundo e na realidade que nos cerca. O jovem da narrativa é movido por essa busca, vai até Jesus, faz perguntas, expõe seus questionamentos e posicionamentos e reflete e se implica em cada resposta que recebe.
Quem sou eu diante desse texto? E de que forma essa narrativa me ajuda a compreender a mim próprio/a, minha vida e escolhas?
Oração: o que o texto me faz dizer a Deus?
A partir do que refletimos e meditamos, podemos, agora, falar com Deus, de forma livre e aberta, cientes de sua presença e de seu amor.
Expressemos nossos desejos, inquietações, questionamentos… Que podemos responder depois de cada ensinamento que colhemos desta narrativa?
Contemplação: o que Deus, através do texto faz em mim?
No silêncio, contemplemos os efeitos do encontro com o texto de Mt 19,16-22.
Ação: o que o texto – e este encontro – me solicita a agir?
Ao refletir sobre os desdobramentos concretos deste momento de Leitura Orante, chegamos à pergunta: “O que ainda me falta?” (v. 20).
Concluamos este momento agradecendo à Ruah Divina por toda luz que recebemos neste momento de encontro, reflexão e aprendizado e por sua condução e força em nosso cotidiano.
*Maria Nivaneide de Abreu Lima é leiga católica e assessora do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI). Mestra em Teologia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), bacharela em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e licenciada em Letras pela Universidade Federal do Ceará (UFC).