Que eu não perca nenhum
22 de abril de 2015Comer da carne, beber do sangue…
24 de abril de 2015Leitura: João 6,44-51
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: `Todos serão discípulos de Deus.’ Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo’.
Oração:
Na oração de hoje, chama a atenção a relação que Jesus estabelece entre si e o Pai. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. Se vamos a Jesus sem sermos atraídos pelo Pai, o que acontece? Não O encontramos? Nos decepcionamos? Entendemos mal? Da mesma forma que é o Filho quem nos dá a conhecer o Pai, parece que não é possível chegar de verdade à amizade com o Filho se não nos agrada a vontade do Pai, pois são um (Jo 17, 21).
Hoje podemos rezar para conhecer ainda mais quem é este Pai que deve nos atrair. Algumas passagens nos ajudam a conhecê-Lo…
Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos Céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos (Mt 5, 44-45). Jesus apresenta o Pai como pai de todos, que ama cada ser humano independentemente de suas intenções, pensamentos, ações, omissões, incoerências, maldades… isso nos atrai?
Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi reencontrado (Lc 15, 31-32). O Pai não apenas ama a todos… Ele se coloca a caminho, de braços abertos, a todos que a Ele se voltam. Mais: Ele festeja a volta de seus filhos, mesmo quando ficaram muito tempo longe e tudo gastaram. É o Pai da alegria por reencontrar uma ovelha perdida, mesmo quando havia noventa e nove ainda no rebanho (Jo 15, 4-7). Isso me atrai?
Amigo, não fui injusto contigo. Não combinamos um denário? Toma o que é teu e vai. Eu quero dar a este último o mesmo que a ti. Não tenho o direito de fazer o que quero com o que é meu? Ou estás com ciúmes porque sou bom? (Mt 20, 13-15). O Pai deseja trabalhar com todos. Aceita que todos entrem em sua vida de construção e amor ao mundo, mesmo que cheguem tarde ou na última hora. O que aparentemente seria injusto é para Ele uma alegria… isso nos atrai?
O caminho de oração nos ajude a conhecer o Pai, derrubar as imagens falsas que d´Ele fazemos e ficar com o seu verdadeiro rosto. Que a gente possa responder com sinceridade se seus pensamentos, vontades e planos nos atraem ou não. Que tenhamos abertura para entrar na dinâmica do seu amor, mesmo quando isso não parece tão fácil ou justo ou bom. Assim, por sermos de verdade atraídos pelo Pai, chegaremos de verdade e bem perto do Filho.
João Gustavo H. M. Fonseca, estudante de Direito na UFMG e membro da Família Verbum Dei de Belo Horizonte