Evangelho:

Naquele tempo, 
Jesus disse aos discípulos: 
‘Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, 
tome a sua cruz e me siga.  Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; 
e quem perder a sua vida por causa de mim, 
vai encontrá-la. 
De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro 
mas perder a sua vida? 
O que poderá alguém dar em troca de sua vida? 
Porque o Filho do Homem 
virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, 
e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. 
Em verdade vos digo: 
Alguns daqueles que estão aqui não morrerão 
antes de verem o Filho do Homem vindo com o seu Reino.’ 

Para rezar:

A mensagem de Jesus é radical e aparentemente contraditória: quem se preocupar em salvar sua vida, vai perdê-la; quem a perder, vai encontrá-la. Cogita-se de uma aparente contradição justamente porque o Cristianismo já é por ela marcado: a cruz é isto mesmo, um sinal dúbio, pois o que era motivo de humilhação e sofrimento torna-se sinal de salvação e vida.

Claro que queremos seguir Jesus, mas é clara para nós a necessidade de, então, renunciarmos a nós mesmos? É óbvio o abraço à cruz que o seguimento reclama? Às vezes, pensamos que é possível seguir Jesus em apenas alguns momentos; às vezes, cremos que será possível evitar as dificuldades, tendo nele apenas o alento. Outras vezes, mesmo percebendo que o caminho com ele é mais bonito, dele pouco caso fazemos, por ser também mais íngreme e estreito.

Deus nos conceda a coragem de dizer sim ao seu convite, seguindo-O sempre, mesmo que isso represente não viver minha vontade individual e ter de carregar alguma cruz. Afinal, para ser “instrumento da paz”, é necessário concluir, como São Francisco, que “é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna”.

João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, graduando em Direito na UFMG