“Alegra-te!”
25 de março de 2015Deus e as boas obras
27 de março de 2015Leitura: João 8,51-59
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: ‘Em verdade, em verdade, eu vos digo: se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte.’ Disseram então os judeus: ‘Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra jamais verá a morte’. Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os profetas? Quem pretendes tu ser?’ Jesus respondeu: ‘Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus. No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia; ele o viu, e alegrou-se.’ Os judeus disseram-lhe então: ‘Nem sequer cinqüenta anos tens, e viste Abraão!’ Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou’. Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do Templo.
Oração:
O evangelho de hoje traz parte da continuação da conversa entre Jesus e os judeus. Na terça, rezamos a identidade de Jesus. Hoje a conversa reveladora nos reserva outros convites…
No primeiro momento da oração, podemos ouvir de novo: “se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”. E, em seguida, interpelar: que o senhor deseja dizer? Nós, assim como Abraão, os profetas e toda a humanidade, temos sempre diante dos olhos a finitude dessa vida (Sl 144, 3-4). Que sua Palavra pode nos dar? Que morte não veremos?
Trazer à mente os momentos em que a lembrança e a vivência da Palavra deram à vida tal sentido que mesmo a morte não pareceu o fim. Recordar as situações que deixaram claro a diferença entre ter uma vida – uma que se perde, que cansa e não dá frutos – e vida em abundância, vida plena (Jo 10, 10) – que se doa, que se renova e colhe frutos. Entender que essa é a morte que não se vê naqueles que guardam a Palavra, pois se vive desde aqui aquilo que na outra vida se viverá com mais nitidez (1 Cor 13, 12).
No segundo momento da oração, ouvir a crítica de Jesus: “Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra”. Em silêncio, depois de lembrar a identidade de Jesus, a imagem que temos dele, pensar na imagem que fazemos do Pai. Pedir ao Filho que não nos deixe enganado. Que não nos deixe acreditar naquilo que nos foi dito e que não corresponde à verdade. Pedir a Ele, que O conhece e é com Ele um (Jo 17, 21), que nos revele sempre mais com perfeição o rosto amoroso do Pai.
A oração de hoje nos ajude de forma especial a guardar a Palavra, a vida do Filho, que nos revela e leva ao Pai.