Mateus 11, 28-30
19 de julho de 2018“Pôr nele a sua esperança”
21 de julho de 2018Poucos dias depois, num sábado, Jesus estava atravessando uma plantação de trigo. Os seus discípulos estavam com fome e por isso começaram a colher espigas e a comer os grãos de trigo. Quando alguns fariseus viram aquilo, disseram a Jesus:
— Veja! Os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado!
Então Jesus respondeu:
— Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros estavam com fome? Davi entrou na casa de Deus, e ele e os seus companheiros comeram os pães oferecidos a Deus, embora isso fosse contra a Lei. Pois somente os sacerdotes tinham o direito de comer esses pães. Ou vocês não leram na Lei de Moisés que, nos sábados, os sacerdotes quebram a Lei, no Templo, e não são culpados? Eu afirmo a vocês que o que está aqui é mais importante do que o Templo. Se vocês soubessem o que as Escrituras Sagradas querem dizer quando afirmam: “Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais”, vocês não condenariam os que não têm culpa. Pois o Filho do Homem tem autoridade sobre o sábado.
Oração:
No silêncio de meu ser, deixo que o Espírito Santo seja meu guia nesta oração.
Senhor, abra o ouvido de meu coração, para que eu saiba escutar a sua voz e me deixe seduzir por ela.
Sempre chama muito a minha atenção o versículo: “Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo” (Jo 14,27).
Qual é a paz que o mundo dá?
Muito dificilmente poderemos identificá-la, porque vivemos em um mundo constantemente em conflito. Contudo, sabemos que o mundo busca a paz sustentada na obediência total às normas e leis. Talvez, por isso mesmo, nunca conseguimos a tão sonhada paz, uma vez que as normas e leis são imperfeitas, agradam e promovem alguns e, na mesma medida, desagradam e prejudicam a outros.
Qual é a paz que Jesus nos dá?
A paz de Jesus é fruto do amor. Todo aquele que vive guiado pelo amor possui a paz. A vida no amor produz a paz. E para o amor não há lei. Na verdade, o amor é a única lei, ou melhor, o mandamento no qual toda lei deveria se basear.
O sábado, um dia feito para o descanso, para que todos pudessem repousar e ter mais tempo para ficar com o Senhor, havia se tornado, pelo contrário, em um dia de aflição. Tantas eram as regras, as proibições, tantos os pecados que se poderia cometer naquele dia, que talvez fosse melhor nem existir. E por quê? Porque os poderosos, os que criaram tantas regras, não compreendem o amor. Caso contrário, perceberiam que a essência do amor é o cuidado com o bem estar do outro, com a possibilidade de o outro ser mais feliz, com a criação de espaços para que ele possa ser o que é. Isso é muito diferente de se escravizar o homem ao sábado.
Olhando para o mundo ao nosso redor e as leis que existem, o que podemos perceber? As leis funcionam para valorizar o ser humano? Temos incentivado leis mais punitivas e cerceadoras da liberdade, acreditando que, assim, alcançaremos a paz? Ou trabalhamos para leis que promovam a vida e o bem estar?
O que esta experiência com Jesus diz para mim?
As normas e regras que estipulamos em nossa casa, no dia a dia da família, ajudam a melhorar o convívio fraterno das pessoas, ou privilegiam a cada um poder ficar sossegado no seu canto sem ninguém o incomodar?
À luz desta experiência com Jesus, como vejo as normas e regras da minha família? Principalmente as impostas por mim?
Jesus termina por dizer algo que deve ser muito cuidado em nossa oração hoje: se compreendêssemos que Deus não deseja sacrifícios, mas que sejamos pessoas boas, não condenaríamos aqueles que não têm culpa.
Refletindo sobre isso, não posso deixar de lembrar que Ele também disse: o primeiro a condenar deve ser aquele que não tem culpa (cf Jo 8, 7). Ou seja, os caminhos do evangelho andam por trilhas bem diferentes das que costumamos ver por aí.
O Espírito do Senhor esteja conosco, iluminando-nos e nos incentivando a praticar o bem a todos, mesmo que não sejam nossos irmãos na fé, mesmo que sejam muito diferentes de nós e não seja fácil o convívio com eles. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte