Na presença do noivo (Is 58,1-9a e Mt 9,14-15)
7 de março de 2014“Ó Deus, cria em mim um coração puro e dá-me uma vontade nova e firme!”
9 de março de 2014“Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado na coletoria. Jesus lhe disse: ‘Segue-me.’ Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu.
Depois, Levi preparou em casa um grande banquete para Jesus. Estava aí grande número de cobradores de impostos e outras pessoas sentadas à mesa com eles. Os fariseus e seus mestres da Lei murmuravam e diziam aos discípulos de Jesus: ‘Por que vós comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?’ Jesus respondeu: ‘Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão.’”
Este trecho do evangelho me chamou atenção em dois pontos.
Primeiramente, na liberdade de Jesus. Ele não se prende a pré conceitos ou a rótulos. Não se preocupa de Levi ser um cobrador de impostos, tido como pecador público, e também não se preocupa com a imagem que poderiam fazer dele por andar, comer e beber com os cobradores de impostos e pecadores.
Na minha oração eu perguntei a Jesus: Por que você é assim? O que te leva a ser assim, tão livre?
A resposta que eu obtive foi que eu sei que sou filho de Deus, sei que sou amado por Ele, mas não sei isso de todo meu coração. Está no meu intelecto, mas não consegui, pelo menos ainda, que essa certeza fosse completa no meu coração. E o Espírito me disse ainda, não pare de orar, ore sempre, procure sempre estar com Deus, e você verá que, aos poucos, vai conseguir se libertar e se conformar a Jesus. Ele é assim porque apenas duas coisas o satisfazem: se saber amado e cumprir a vontade do Pai. Essa é a verdade que liberta: saber que é filho amado e levar essa certeza para o coração.
E você? O que acha disso?
O outro ponto foi na resposta de Jesus. Lendo o texto, eu sinto que Jesus dá essa resposta com um suave sorriso, que me parece aquele sorriso malandro, sabem como?
Na minha oração, eu também perguntei a Jesus: Desculpe a minha impertinência e ignorância, mas esse seu sorriso está me parecendo um deboche. Você pode me explicar o porquê dessa resposta, aparentemente tão óbvia, pois, para mim, os justos realmente não precisam de conversão, não é?
Jesus alargou seu sorriso e me respondeu: Sim, os justos não precisam não. Você pode me apontar algum vivendo por aí? Eu fiquei em dúvida, passaram alguns nomes na minha cabeça, mas eu não tive certeza para falar. Aí respondi: sei lá Jesus, não coloco a mão no fogo por ninguém. A gente vê cada coisa! Então, Jesus continuou: pois é meu filho, o problema é esse e vou te dizer mais uma coisa, muitas vezes a pessoa é muito boa mesmo, mas, na hora de aceitar conviver com aquele que é diferente, ela faz o que não devia, o que cabe só ao Pai, julga se a outra pessoa é merecedora ou não. Pronto. Aquele justo comete a injustiça do julgamento e então deixa de ser justo. E continuou: veja o exemplo da parábola que contei para vocês e que está lá no capítulo 15, também do evangelho de Lucas. O pai fica tão feliz com a volta do filho mais novo e faz uma festa super bonita, mas o filho mais velho resiste a entrar na festa. Ele, que era fiel ao pai, que sempre serviu ao pai, que cumpriu todos os mandamentos, na hora que o pai resolve festejar o filho mais novo que voltou, emburra e não quer entrar na festa. A questão não é ser ou não ser justo, mas se quer ou não quer participar da festa que o Pai preparou. Ela é para todo mundo que aceitar o convite. Você quer se misturar com todos ou se acha melhor e não pode se misturar?
Faça a sua escolha.
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG