Amar: a marca do cristão
19 de agosto de 2016XXI Domingo do Tempo Comum – Ano C
21 de agosto de 2016Leitura: Mateus 23, 1-12
Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse:
— Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam. Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos. Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços! E olhem os pingentes grandes das suas capas! Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de “mestre”. Porém vocês não devem ser chamados de “mestre”, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre. E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem também ser chamados de “líderes” porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.
Oração:
Jesus está falando com seus amigos mais íntimos e com o povo que o seguia. Leio suas palavras, e penso: Ele fala comigo ou fala de mim? E sinto que são as duas coisas…
Talvez eu seja um desses “próximos” de Deus que amarram fardos pesados nas costas das pessoas, sem qualquer disposição para ajudar na caminhada. Talvez eu seja um desses que desejam ser vistos, admirados, colocados nos melhores lugares e chamados de “mestre”. Quando penso nisso, sinto constrangimento, vergonha… e peço a Ele: ajude-me a não ser como os mestres da Lei. Ajude-me a ser mestre do seu Amor. Que me convença apenas a alegria de sua amizade!
Mas talvez eu seja um desses da multidão que é instruída por Jesus. Talvez Jesus já saiba que eu não tenho aptidão para sentir-me alegre por trazer peso à vida dos outros. Talvez eu já seja um que não sente alegria verdadeira com os holofotes do mundo. Para mim, Ele diz: “agora, sirva”. “Agora, busque o último lugar”. “Agora, tente ser menor ainda”. “Arrisque-se a ser invisível”.
O caminho que Ele me sugere parece difícil. Parece inócuo. Apequenar-me? Como isso me levará a ser grande? O caminho parece ilógico. Fazer-me tão pequeno parece empurrar-me à insignificância e ao esquecimento. Senhor, por que você sugere esse caminho?
Ele me responde que não é um passo que se dá com a razão estrita. O calvário não Lhe parecia um caminho de sucesso ou realização. “Tantos outros, depois de mim, só trilharam esse caminho porque confiaram”. “Olhe para a pequenez de uma mulher judia, a minha mãe, que, na sua casa e vida tão ordinárias, recebeu um convite e aceitou”. “Olhe para a vida de Francisco, que tinha tudo e de tudo se desfez porque não via a alegria”. “Olhe para a vida de tantos outros amigos meus, alguns dos quais você já conheceu, em cuja vida, tão simples, eu habito e falo sem causar alarde”. “Arrisque-se por esse caminho de pequenez”.
Na oração, peço a coragem para me arriscar pelos caminhos da discrição e do amor que salvam o mundo com um barulho diferente.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte