“E começou a enviá-los dois a dois”
11 de julho de 2021‘Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!
13 de julho de 2021Dia 12/07/2021 – Segunda-Feira – 15a semana do Tempo Comum
Evangelho Mt 10,34-11,1
Leitura: O que o texto diz?
Encontre um lugar calmo, respire fundo. Inicie pedindo ao Espírito Santo que lhe dê a graça de assumir a cruz de cada dia e seguir Jesus.
Leia devagar o evangelho de hoje Mt 10,34-11,1.
Jesus diz aos discípulos que veio trazer a espada e não a paz. Costumamos confundir paz com “tranquilidade”. Não é essa paz que Jesus oferece: “De fato, eu vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares.”
Trata-se de abandonar qualquer outra maneira de se relacionar com Deus e com os outros, e entrar na dinâmica espiritual que Jesus manifesta em sua vida. É identificar-se com Ele em sua entrega total aos outros, sem buscar para si nada que possa ter cheiro-resquício de poder e glória. A oferta de Jesus é um chamado à liberdade: “se alguém quer me seguir…” Caminhar com Ele nos liberta da autossuficiência estéril e do auto-centramento que nos fecha. O sentido da expressão “renunciar a si mesmo”, é erroneamente interpretada como autonegação, automutilação e autodesprezo. Mas não é disso que Jesus fala. A palavra grega “aparneisthai” significa “dizer não, recusar-se”. Aquele que o segue precisa dizer não às tendências egocêntricas do seu interior, que querem fechá-lo em si mesmo, atrofiando e travando o impulso de vida. Portanto, a expressão “renunciar a si mesmo”, não significa negar o que somos, mas o que julgamos ser e não somos. “Renunciar a si mesmo” não é negar a vida, nem inclui uma atitude de resignação, auto-sacrifício ou morte em vida. Jesus era um homem profundamente vital e defensor da vida.
Meditação: O que o texto me diz?
Retome o texto de Mc 6,7-13.
“Renunciar a si mesmo” significa renunciar aquilo que nega a vida. Para ganhar a vida é necessário perdê-la, e “perder a vida” significa “perder o eu”, ou seja, deixar de alimentar o “ego”. Porque, de outro modo, quando vivemos para ele, estamos perdendo a vida, entrando na confusão e no sofrimento. Tomar a cruz significa: aceitar-me com todas as minhas contradições. Medite sobre isso: tomar a cruz significa abraçar-me com todas as minhas forças e todas as minhas fraquezas: os aspectos saudáveis e os doentios, as qualidades vistosas e as feias, as partes imaculadas e as manchadas, os sucessos e os fracassos, as coisas vividas e as coisas perdidas, o consciente e o inconsciente…
Oração: O que o texto me faz dizer?
Diante do Senhor e seu olhar amoroso, faça memória das cruzes da sua vida. Abrace suas cruzes. Elas recordam que o dom da vida nos é dado não para que o guardemos e o preservemos, mas para que se consuma e se expanda no serviço aos outros. Diga ao Senhor que renuncia o que em você nega a Vida verdadeira. Fale com ele que deseja segui-lo.
Contemplação: O que o texto faz em mim?
Fazer o caminho contemplativo junto a Jesus que leva a Cruz da fidelidade nos ajuda a romper com as cruzes que nos afundam no desespero, nos fracassos, nos traumas das experiências frustrantes… Portanto, num primeiro nível, a cruz é a consequência de sermos fiéis à nossa verdadeira identidade de seguidores de Jesus. Em outro nível, podemos dizer que ela revela simplesmente o destino do eu. A sabedoria consiste em que nosso eu egoísta seja “crucificado” em lugar de ser dono de nossa existência. E o crucificamos na medida em que tomamos distância dele, o esvaziamos de toda soberba e de toda pretensão de poder e prestígio, de modo que não leve as rédeas de nossa vida. Quem “perde” sua vida vai encontrá-la…
Ação: O que o texto me faz agir , a viver no dia-a-dia?
Para entrar na escola de Jesus, precisamos nos distanciar de toda ambição pessoal, daquela tendência que deseja possuir, dominar, usar tudo para seus próprios fins, que sempre gira em torno de nós mesmo e que até tenta instrumentalizar o próprio Deus. Quem vive fixado em seu pequeno eu, na realidade está interessado apenas por sua autoproteção e na pretensão de “bastar-se a si mesmo”.
Lucimara Trevizan
Comissão Bíblico-Catequética do Regional Leste 2