“Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração”
15 de julho de 2021“Eis o meu servo, que escolhi; o amado, no qual está meu agrado”
17 de julho de 2021Lectio Divina Mt 12,46-50.
Dia 16.07.21 – sexta-feira da 15ª semana do Tempo Comum.
Nossa Senhora do Carmo
“Todo aquele que faz a vontade de meu Pai… esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”
Inicie com uma oração ou canto ao Espírito Santo, como invocação de sua presença. Respire fundo várias vezes de modo a acalmar seu ser. Silenciosamente observe suas batidas de coração. É a vida que flui, fluxo divino de vida do Criador.
Leitura: o que o texto diz?
Em voz alta leia Mt 12,46-50. Depois faça uma leitura silenciosa, sem pressa. Atente aos detalhes de personagens, falas e a quem se dirigem, atitudes e ações.
O texto se situa no fim do chamado Sermão ou discurso da missão, antes do discurso das parábolas no capítulo 13 de Mateus.
Hoje vemos uma cena em que há diversos personagens. Quais são eles? Há algo no texto que possa sugerir um local da cena narrada? Quem chega ao local onde Jesus está? O que ele falou a Jesus?
No texto vemos um Jesus que fala às multidões, e não aos discípulos. Parece falar num local fechado, pois afirma que a mãe e irmãos de Jesus ficaram do lado de fora. O que esses parentes desejavam? Duas vezes aparece a palavra/expressão “de fora”, “lá fora”. Talvez não seja por acaso essa referência.
A resposta de Jesus ao anônimo que lhe diz que “sua mãe e seus irmãos “ estão procurando para falar com ele, é uma pergunta que pode parecer estranha, vindo de Jesus: como uma pessoa que convive com seus familiares pode perguntar quem são a sua mãe e familiares? Mas o texto tem objetivo claro, e por isso a resposta em forma de pergunta de Jesus.
No desenrolar da narrativa acontece algo. No início ele “fala às multidões”. No entanto, agora, o texto afirma que “estendendo a mãos aos discípulos, acrescentou”. A multidão inicial desapareceu. E apareceram os discípulos. Jesus afirma uma nova família, não mais de sangue, mas de fé, apontando para os discípulos. E Jesus afirma a condição ou critério de ser parte dessa nova família, a de fé. Qual é?
Repare que essa semana já tivemos algo em relação à família e fé. Na segunda-feira em Mt 10,34-11,1 diz que ninguém deveria amar mais pai e mãe que a ele, o que reafirmava o primeiro mandamento. Na missão Jesus seguiu falando palavras duras e às vezes tidas como difíceis.
Meditação: o que o texto me diz?
Tente perceber no texto o que lhe chamou a atenção. O que mais He chamou a atenção, seja palavras, situações. O que achou de toda a narrativa? Como definira o texto numa só palavra ou frase? O que há na narrativa que mais lhe tocou, lhe tocou mais profundo sobre sua fé, seguimento de Jesus hoje?
Oração: o que o texto me faz dizer a Deus?
Orar é a resposta que se dá a Deus a partir do que se leu, meditou. Ele já falou nessa leitura e meditação. Agora ouve a resposta do leitor a sua palavra. Fale com Ele de modo íntimo, a partir do que se leu, compreendeu, meditou.
Contemplação: o que o texto me faz?
A palavra de Deus é capaz de agir em nós. Ela tem enorme capacidade de agir em nossa memória, pensamento, sentimentos, etc. Transforma-nos, e nos faz, aos poucos aceitar sementes da vontade de Deus na nossa vontade.
O que a leitura, meditação e oração a partir do texto lhe faz experienciar nos sentimentos, na memória, vontade?
Ação: o que o texto me solicita a agir?
No texto do Evangelho Jesus revela o critério da nova família de fé. O texto não é uma abstração. Todo o Evangelho de Jesus Cristo é vida, é ensinamento de vida em abundância. Ele nos interpela, solicita coerência de fé e vida.
O que o texto, sua leitura, meditação, oração e contemplação lhe solicita na coerência de fé e vida? O que lhe solicita a agir?
obs: O termo “irmãos” na Bíblia se refere a diferentes situações na Bíblia. Muitas bíblias católicas, em especial as de estudo, possuem notas amplas sobre os diferentes termos usados no grego e hebraico para designar parentesco, como irmãos, primos, parentes. Como cristãos oriundos do judaísmo (o hebraico usava o termo comum para ambos, irmãos e parentes) o uso em Marcos (15,40) afirma que “estava Maria, mãe de Tiago, o menor, e seu irmão José”, mas em Mt 13,53 e Mc 6,3 ambos parecem como sendo “irmãos de Jesus”. Os que eram primos, aqui são chamados de “irmãos de Jesus”. Há ainda a entrega de Maria aos cuidados de João, o que seria improvável se tivesse outros filhos, pois os filhos estariam negando a lei de Moisés, no mandamento de honrar pai e mãe. Em Gn 11,27-31 Lot, sobrinho de Abraão, é chamado de irmão (adelphos) na tradução do hebraico ao grego na Bíblia (Septuaginta).
Marco Antonio Tourinho, mestre em teologia, leigo NJ