Terça-feira, 23/03:

5ª SEMANA DA QUARESMA – Jo 8,21-30

Leitura:

Procure ler o texto lentamente, atento a cada palavra e expressão. Guarde o trecho que mais lhe chamar a atenção.

Caminhando para a consumação da sua entrega, Jesus passa a ser mais claro sobre sua identidade divina. Ele diz aos discípulos sobre a grande diferença que os distingue: Jesus é do alto e os discípulos são de baixo. Em João, Jesus anuncia a sua ressurreição e o seu retorno ao Pai, dizendo aos discípulos que eles não poderão ir junto – Jesus não vai a um lugar para onde se possa levar alguém. Depois que ele ressuscitar, eles também poderão ressuscitar. Mas eles pensam em um lugar geográfico e ficam, portanto, intrigados. Para Jesus, só quem já foi capaz de entender que Jesus é Deus pode entender suas palavras, especialmente estes seus discursos finais.

Meditação:

O que o texto diz para mim, hoje, a partir da situação pela qual tenho passado (minhas alegrias, tristezas, desafios, conquistas)?

Qual é o meu relacionamento com Jesus? Como o compreendo? Será que tenho pensado em Jesus apenas como um homem exemplar, alguém que fez o bem e ensinou coisas bonitas? O que faz de Jesus um homem além desses tributos? Quando leio no Evangelho o próprio Jesus revelando sua identidade divina, como passo a compreender quem é Jesus e o que sua identidade exige de mim? Quando Jesus diz que nós somos de baixo e ele é do alto, como entendo isso? Como algo negativo? O que podemos fazer para que o “ser de baixo” ainda possa ser uma dádiva? O que posso fazer para um dia adentrar o lugar onde Jesus está? Como posso ir para o lugar onde ele está?

Oração:

A partir da Palavra meditada, apresente ao Senhor a gratidão de seu coração e também seus pedidos.

Agradeço, Senhor, porque deixaste tua Palavra para nós, seus discípulos. Agradeço porque, mesmo sendo aqui de baixo, tu me escolheste para ser teu ouvinte, tu me abriste os ouvidos para que eu pudesse ouvir atentamente as suas palavras. Senhor, me ajude a construir, aqui neste mundo, um sinal do vosso Reino entre nós. Que eu tenha a sabedoria de entender como posso fazer isso, por meio de sinais de amor e misericórdia. Dá-me uma fé firme e decidida, pronta a anunciar tua Palavra e reconhecer que tu és Deus, mas Deus perto de mim, Deus que me ama, Deus conosco.

Contemplação:

A palavra meditada precisa também tornar-se ação. Como viver o que meditamos em nossa vida?             Pense em ações concretas que possam surgir da meditação do dia de hoje.

Pense sobre a sua compreensão de Jesus e sobre o seu relacionamento com ele. Às vezes o tratamos como alguém muito distante, porque pensamos somente na perspectiva de que nós somos de baixo e Jesus, do alto. Como você pode ser aproximar de Jesus, como cultivar sua vida de oração e dedicar-se de modo mais concreto a fazer da sua vida cotidiana um sinal do seu discipulado?

Mariana Aparecida Venâncio (Juiz de Fora – MG) – Leiga, Teóloga, especialista em Sagrada Escritura, mestra em Literatura Brasileira e doutoranda em Estudos Literários (UFJF).