Procurava ver Jesus (Lucas 9,7-9)
22 de setembro de 2016“Nas mãos dos homens”
24 de setembro de 2016“Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele. Então ele perguntou:
— Quem o povo diz que eu sou?
Eles responderam:
Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou.
— E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? — perguntou Jesus.
Pedro respondeu:
— O Messias que Deus enviou.
Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa. E continuou:
— O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.”
Na oração de hoje, vamos pedir a graça de viver alicerçados no que somos para o Pai.
Neste trecho do Evangelho, Lucas bebeu da fonte Marcos, assim como Mateus. É curioso, porém, que apenas ele inicie falando da oração de Jesus. No trecho anterior, Jesus multiplica o pão para a multidão. No trecho seguinte, fala aos discípulos do que é necessário para segui-lo. Entre um e outro, este trecho.
“Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele.” Por que Jesus pergunta o que o povo fala dele e o que os discípulos acham dele? Estaria ele preocupado com sua imagem? Para nós, esta é uma preocupação comum. Constantemente estamos ligados no que falam de nós, preocupados com o que estarão pensando de nós.
Mas Jesus busca o Pai. Enquanto multiplica o pão, ele é louvado pela multidão e tido como um grande profeta. Menos do que ele é de fato, mas um grande título de honra. “Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou.” Na hora em que incomoda as autoridades, essa mesma multidão é incitada a rejeitá-lo e levá-lo à morte.
Jesus conhece os corações e sabe de sua instabilidade. E será que não nos passa também sofrer essa instabilidade? Na hora em que acertamos, somos maravilhosos; basta errar ou não atender as expectativas, já nos detonam.
Jesus escolhe não se alicerçar aí, mas no que ele é diante do Pai. Por isso busca a oração. E nós, qual a nossa escolha?
Mas por que ele pergunta? Podemos dialogar isso com ele: ‘Jesus, por que então você quer saber o que dizem de você?’ Ele pergunta aos discípulos. Quer ver onde está a experiência deles, para poder revelar-lhes a outra parte: “O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.” Ao confessarem-no como Messias, experimentam que é alguém em quem podem alicerçar a sua vida. E, a partir daí, são convidados a segui-lo.
Quem não tem essa experiência não pode seguir Jesus, porque não dá conta das consequências do seguimento. Mas vale a pena?
É o que cada um de nós precisa responder diante dele na oração.
– Quem sou eu para Deus? O que significa para mim uma vida alicerçada no Pai e seguindo a Jesus com a força do Espírito, assumindo as consequências desse seguimento?
– Quem sou eu para os demais? O que significa para mim uma vida alicerçada na opinião dos demais, buscando constantemente agradar e fugindo de desagradar?
Que Ele nos ajude a fazer a nossa escolha diante da clareza com que nos apresenta o caminho.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner