Esta é a vida eterna (Jo 17, 1-11a)
3 de junho de 2014Jesus está em nós (Jo 17, 20-26)
5 de junho de 2014“Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu os guardei e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura.
Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo.
Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”.
Ao iniciar minha oração, lembro-me da primeira carta de São João, que nos diz que Deus é amor. Então, eu leio o primeiro versículo do trecho do evangelho de hoje assim: “Pai santo, guarda-os no amor, o amor que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um.”
Somos convidados a entrar na mesma relação de amor que existe entre Jesus e o Pai. O Pai dá tudo ao Filho e o Filho entrega tudo ao Pai. Pai e Filho estão sempre unidos, mas numa relação que se abre para nós.
Essa dinâmica do amor de Deus é que permite a convivência pacífica entre todos os homens e nós somos convidados a experimentá-la em nossas próprias vidas.
Somos convidados a amar aquele que é diferente de nós, aquele que é tão diferente que pode até nos incomodar. Não se trata apenas de um sentimento, mas também não se trata apenas de respeito, pois o simples respeito pode ser frio e distante. Olhando para a vida de Jesus, entendo que o amor que nos é proposto nos impele a procurar compreender, querer o bem e, principalmente, fazer o que estiver ao nosso alcance para que aquela pessoa, tão diferente de nós, possa crescer e se realizar, mesmo continuando muito diferente.
O mundo nos faz outra proposta. A unidade que o mundo propõe está fundamentada em regras, em leis, em padrões rígidos, pois a unidade sem o amor precisa controlar, precisa enquadrar as pessoas em esquemas preestabelecidos, e quem não se enquadra é sempre uma ameaça.
Nós estamos no mundo, vivendo sob as normas e as leis que o mundo nos impõe, mas nós não somos do mundo, portanto precisamos ficar longe do Maligno, precisamos cuidar para que não queiramos, em nome da unidade, controlar as pessoas.
Já preparando para a festa de Pentecostes, peço ao Espírito Santo que me ajude a ter um amor que não conheça preconceito, um amor que saiba conviver com as diferenças, que permita a cada um ser o que é. Um amor que eleva os humildes e ampara os pobres e desvalidos. Um amor que anuncia a graça de ser amado por Deus. Um amor que me ensine a não querer controlar, mas, pelo contrário, me ensine a ajudar o outro a encontrar seu próprio caminho. Amém!
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG