“Que é um simples ser humano para que penses nele? Que é um ser mortal para que te preocupes com ele?”
9 de junho de 2019“Como o orvalho da madrugada, os jovens se encontrarão com o senhor nos montes sagrados”
23 de junho de 2019PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito Santo, derrama-te com força.
Espírito Santo, faze com que eu possa receber a Boa Nova.
Espírito Santo, concede-nos um novo Pentecostes
a fim de que possamos viver o Evangelho pessoalmente e em comunidade.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Jo 16.12-15
O trabalho do Espírito Santo
12 — Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não poderiam suportar isso agora. 13Porém, quando o Espírito da verdade vier, ele ensinará toda a verdade a vocês. O Espírito não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouviu e anunciará a vocês as coisas que estão para acontecer. 14Ele vai ficar sabendo o que tenho para dizer, e dirá a vocês, e assim ele trará glória para mim. 15Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso eu disse que o Espírito vai ficar sabendo o que eu lhe disser e vai anunciar a vocês.
1. LEITURA
Que diz o texto?
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
1. O que Jesus comenta com seus discípulos a respeito do que tem a dizer-lhes?
2. Por que eles agora não podem compreender as palavras de Jesus?
3. Quem fará com que os discípulos conheçam a Verdade completa?
4. O Espírito falará por conta própria e lhes revelará verdades novas?
5. Qual é a origem daquilo que o Espírito da verdade dará a conhecer?
6. Que relação existe entre Jesus e o Pai?
ü Algumas pistas para compreender o texto:
Mons. Damian Nannini1
Em seu longo discurso de despedida (Jo 13–17), Jesus fez muitas revelações, mas agora diz a seus discípulos que teria muitas outras coisas a comunicar-lhes, mas eles, por enquanto, não as podem compreender. Os discípulos ainda não estão preparados para compreender o que vai acontecer com Jesus, sua paixão, morte e ressurreição.
Então anuncia-lhes que virá o “Espírito da Verdade”, que será aquele que os levará à plenitude da verdade. A expressão “Espírito da Verdade” aparece três vezes no evangelho de João, e sempre no contexto do discurso de despedida (Jo 14.17; 15.26 e 16.13). O Espírito da Verdade identifica-se com o Paráclito. O Paráclito é quem foi chamado para estar ao lado, cumprindo a função de ensinar e recordar (cf. Jo 14.26). Nestes versículos que lemos (Jo 16.12-15), descreve-se a quinta promessa sobre a missão do Espírito da Verdade como mestre interior e como guia para os discípulos rumo à verdade completa.
Como observa acertadamente G. Zezinin, “o texto, de valor teológico excepcional, desenvolve-se em três partes paralelas que se concluem, todas delas, com a mesma fórmula no grego original: “Anunciará a vocês” (vv. 13,14 e 15) e com uma progressão temática doutrinal sobre as três pessoas divinas: o Espírito, Cristo, o Pai”.
A missão do Espírito da Verdade em relação aos discípulos se descreve como referida ao passado e ao futuro. Ao passado porquanto lhes trará à memória o que foi revelado pelas palavras de Jesus acerca do mistério de Deus, a fim de que tenham uma compreensão mais profunda delas; ao futuro porque os conduzirá à verdade plena, completa, a ponto de poderem conhecer o mistério de Deus e do mundo tal como o conhece Jesus ressuscitado e glorificado. E também podemos ver aqui a assistência do Espírito à Igreja para que se mantenha fiel à verdade e a atualize nos tempos e realidades futuros. Deste modo, o Espírito revelará a glória do Filho e sua comunhão com o Pai. O texto remete ao Pai como a fonte de toda verdade e de toda glória, que ele partilha com o Filho, o Cristo, e que o Espírito da Verdade comunicará aos discípulos. Deste modo é que se revela a comunhão das três pessoas divinas, com suas missões próprias.
O que o Senhor me diz no texto?
Hoje vivemos em uma cultura na qual, de modo geral, não se aceita que possamos chegar a conhecer a verdade. Diante de tantas opiniões, falsidades e enganos, findamos por renunciar à busca da verdade sobre Deus, sobre nós próprios, sobre a vida e sobre o mundo. Jesus, no evangelho, anima-nos a continuar ou a retomar esta busca da Verdade, visto que promete dar-nos o Espírito da Verdade, o Espírito Santo, que nos guiará até encontrá-la e desfrutá-la.
Como todas as coisas na vida, o caminho para a Verdade completa é longo e, às vezes, difícil. Não existem atalhos nem saltos mágicos neste caminho, e trata-se de um processo. Hoje, porém, Jesus encoraja-nos a continuar, porque, com o Espírito Santo, temos a certeza de chegar a conhecer “as três grandes verdades que todos precisamos escutar sempre de novo”, pois são as verdades sobre as quais podemos construir uma vida plena e alegre. Como diz o Papa Francisco em “Cristo vive” nº 131: “ Nestas três verdades (Deus ama-te, Cristo é o teu salvador, ele vive), aparece Deus Pai e aparece Jesus. Mas, onde estão o Pai e Jesus Cristo, também está o Espírito Santo. É ele que prepara e abre os corações para receberem este anúncio, é ele que mantém viva esta experiência de salvação, é ele que ajudará você a crescer nesta alegria se você o deixar agir. O Espírito Santo enche o coração de Cristo ressuscitado e de lá, como duma fonte, derrama-se em sua vida. E quando você o recebe, o Espírito Santo o faz entrar cada vez mais no coração de Cristo, para que você se encha sempre mais com o seu amor, a sua luz e a sua força”.
E o Espírito Santo há de guiar-nos para que descubramos a verdade sobre nós mesmos: somos imagem e semelhança de Deus, de Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. Sim, somos imagem de Deus Trindade, de Deus que, em sua intimidade, é comunhão de pessoas. E na Trindade, cada pessoa se define pela relação com as demais; seu ser pessoal está na doação de si mesma. É claro, portanto, que alcançaremos nossa maior realização como pessoas na medida em que vivermos a comunhão e a entrega sincera de nós mesmos aos demais por amor. A este respeito, dizia o Papa Francisco no Angelus de 22 de maio de 2016: “O nosso ser criados à imagem e semelhança de Deus-comunhão chama-nos a compreender a nós mesmos como seres-em-relação e a viver as relações interpessoais na solidariedade e no amor recíproco. Tais relações realizam-se, antes de tudo, no âmbito das nossas comunidades eclesiais, para que seja cada vez mais evidente a imagem da nossa Igreja ícone da Trindade. Mas realizam-se em qualquer outra relação social, da família às amizades e ao ambiente de trabalho: trata-se de ocasiões concretas que nos são oferecidas para construir relações cada vez mais ricas humanamente, capazes de respeito recíproco e de amor abnegado. A festa da Santíssima Trindade convida-nos a comprometer-nos nos acontecimentos diários para ser fermento de comunhão, de consolação e de misericórdia”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
1. Quando rezo, relaciono-me com o Pai, o Filho e o Espírito Santo de modo personalizado?
2. Contemplo a Santíssima Trindade para conhecer a mim mesmo e minha vocação à comunhão?
3. Experimento a Santíssima Trindade como a “Família Divina” da qual faço parte?
4. Esforço-me para que em minha comunidade vivamos relações sadias e fraternas, próprias de uma boa família, reflexo no mundo da família trinitária?
5. Compreendo que para ser mais pessoa tenho que doar-me no amor aos demais?
O que respondo ao Senhor que me fala no texto?
Obrigado, Pai, Filho e Espírito, comunhão de Amor.
Obrigado por serdes família e por me convidardes a morar convosco.
Peço-vos que me ajudeis a buscar sempre a verdade,
mesmo nas situações mais difíceis.
Estando vós em mim e eu em vós,
que eu possa experimentar a companhia que nunca me deixa sozinho.
Concedei-me, uma vez mais, a coragem de anunciar o Reino,
a fim de viver com meus irmãos a aventura de ser e de crescer em comunidade.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Pai, Filho e Espírito Santo, fazei-me sempre dócil na busca da Verdade”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, comprometo-me buscar e defender a verdade em meus ambientes habituais: comunidade, colégio ou faculdade, casa e trabalho.
“Oh, meu Deus, Trindade a quem adoro, ajuda-me a esquecer-me totalmente de mim para estabelecer-me em Ti, imóvel e tranquilo, como se minha alma já estivesse na eternidade”.
Santa Isabel da Trindade