Deus entra na nossa história (Mt 1,1-17)
17 de dezembro de 2018Lucas 1,5-25
19 de dezembro de 2018Leitura: Mateus 1, 18-24
O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, a sua mãe, ia casar com José. Mas antes do casamento ela ficou grávida pelo Espírito Santo. José, com quem Maria ia casar, era um homem que sempre fazia o que era direito. Ele não queria difamar Maria e por isso resolveu desmanchar o contrato de casamento sem ninguém saber. Enquanto José estava pensando nisso, um anjo do Senhor apareceu a ele num sonho e disse:
— José, descendente de Davi, não tenha medo de receber Maria como sua esposa, pois ela está grávida pelo Espírito Santo. Ela terá um menino, e você porá nele o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos pecados deles. Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito por meio do profeta: “A virgem ficará grávida e terá um filho que receberá o nome de Emanuel.” (Emanuel quer dizer “Deus está conosco”.)
Quando José acordou, fez o que o anjo do Senhor havia mandado e casou com Maria.
Oração:
Chega o dia de celebrar o nascimento de Jesus e a Igreja nos prepara para viver esse momento propondo a oração com leituras que falam desse momento e do que antecedeu o nascimento do Filho. Hoje a Palavra nos mostra um pouco duma figura sobre a qual não há tantos relatos, mas que foi fundamental para o nascimento e formação de Jesus: José, seu pai.
José é um homem “que sempre fazia o que era de direito”. Algumas traduções trazem que se tratava de “um homem justo”. Fazer o que é de direito, ser justo… isso é estar perto de Deus. José era um homem perto de Deus.
Olhemos para José: José se levanta a cada dia, alimenta-se, vai trabalhar. Está morando com seus pais ainda, mas está noivo duma moça e vai se casar com ela dali a uns dias. José tem a vida mais ordinária do mundo. É um homem que passa despercebido. É, aparentemente, um homem qualquer, sem qualquer coisa de especial… mais um que, do povo de Deus, nasce e morrerá. José não sabe disto talvez, mas ele está próximo de Deus. Olhando para José, olhemos para nós: será que também eu não sou alguém ordinário, tão comum, inconsciente, porém, de algo tão especial que é estar perto de Deus? Quem sabe não sou também alguém que se levanta a cada dia, alimenta-se, vai trabalhar, com o detalhe que talvez me escape: estou perto de Deus…
José é um homem perto de Deus. José tem mesmo assim preocupações, dilemas. José sabe que sua noiva está esperando um bebê e sabe também que o filho não é seu. José não pode fingir que não sabe daquilo, mas José não quer também que Maria sofra as consequências tão pesadas daquilo que, para ele, deve ter sido dela uma decisão. Olhar José ajuda a ver: estar com preocupações, sem saber como proceder, enfrentando dilemas, não significa que eu esteja longe de Deus. Posso viver isso tudo sendo um homem ou uma mulher perto de Deus.
Avancemos na cena: em sonho, o anjo esclarece a José a situação e diz que ele deve se casar com sua noiva. Por estar perto de Deus, José ouve sua voz. No meio das dificuldades, ouve a mensagem de Deus. Olhando para esta cena, posso me perguntar: ouço a voz de Deus? No meio do que é difícil viver, quando estou com dificuldades para decidir, ouço?
Depois, o evangelista conta que José acorda do sonho e se casa com Maria. Embora o que dizia o anjo fosse algo muito fora do ordinário, José dá crédito. Embora talvez ainda tenha tido dúvidas sobre o que lhe reservava um futuro baseado em presente tão incomum, José acredita na Voz. Contra tudo o que sugeriria a prudência humana, casa-se com Maria para criar o menino que ela espera. Um passo grande de fé e Deus se dá como filho para ser cuidado por aquele homem que era perto de Deus.
Vivamos este dia com a lembrança de São José. Peçamos a ele que sejamos um homem ou uma mulher perto de Deus. Peçamos a ele a graça de perceber que nossa vida ordinária não impede que sejamos seres humanos próximos de Deus. Peçamos a ele a graça de ouvir a Voz que nos fala e de seguir o que o Pai nos propõe em cada dia e, em especial, neste natal. Peçamos a ele, por fim, a coragem para ser pessoas que, apesar de todas as dificuldades, se dispõem a cuidar da vida de Deus no mundo, do Deus que se entrega ao mundo todos os dias, ficando conosco em cada hora: Emanuel!
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte