De onde somos – Lucas 13,22-30
29 de outubro de 2014O senhor do sábado – Lucas 14,1-6
31 de outubro de 2014Leitura: Lucas 13,31-35
Na mesma hora, aproximaram-se alguns fariseus que lhe disseram: “Parte e vai-te daqui, porque Herodes quer te matar”. Ele respondeu: “Ide dizer a essa raposa: Eis que eu expulso demônios e realizo curas hoje e amanhã e no terceiro dia terei consumado! Mas hoje, amanhã e depois de amanhã, devo prosseguir o meu caminho, pois não convém que um profeta pereça fora de Jerusalém.
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados, quantas vezes quis reunir teus filhos como a galinha recolhe seus pintinhos debaixo das asas, mas não quiseste! Eis que vossa casa ficará abandonada. Sim, eu vos digo, não me vereis até o dia em que direis: Bendito aquele que vem em nome do Senhor!
Prosseguir o caminho
Dizendo sobre o interesse de Herodes em matar Jesus, os fariseus, como se o quisessem bem, aconselharam-no a se afastar daquilo que vinha fazendo: uma atividade profética, em que expulsava demônios e curava os sofrimentos. Contudo, Jesus percebeu que aquilo se tratava mais de um aviso de Herodes enviado pelos fariseus, que de verdadeiro interesse dos fariseus em ajudá-lo a escapar de possível morte. Jesus, entretanto, fala em continuar seu caminho, e isso nos traduz a sua coragem e persistência diante do medo e do terror.
A oração de hoje nos faz pensar sobre as ameaças que nos são trazidas pelos fariseus da atualidade. Envolvidos com a palavra de Jesus, colocamo-nos a disposição de uma vida ética, honesta e comprometida com os ensinamentos cristãos. Mas o mundo muitas vezes contesta essa nossa escolha, e tende a nos seduzir com seus prazeres e vícios. Encontramos pessoas, supostos colegas, que nos oferecem caminhos facilitados, embora completamente entrevados, e se os recusamos somos tidos como bregas e ignorantes. Alertam-nos a deixar a história que construímos para enveredarmos em caminhos supostamente mais seguros e felizes. Trazem-nos verdadeiras ameaças de que nós é que não compreendemos o mundo, distorcendo completamente nossos valores. Diante dessa realidade aponta-se o exemplo de Jesus, com sua firmeza em continuar a trabalhar. Ainda que, em princípio, tudo pareça ir contra nossos pensamentos e atitudes, todos somos enfaticamente chamados a um terceiro dia de consumação, de realização, quando será coroada nossa coerência.
Peçamos a Deus coragem e vigor, para que persistamos naquilo que somos por ele chamados. Tenhamos discernimento para reconhecermos as verdadeiras intenções dos fariseus de nosso convívio diário e força para conservarmos uma vida de fé e de caridade.
Marcelo H. Camargos – estudante de medicina na UFMG. Fraternidade Missionária Verbum Dei.