“Guias cegos! Coam um mosquito, mas engolem um camelo!”
28 de agosto de 2018“Ó Senhor Deus, quem tem o direito de morar no teu Templo?”
2 de setembro de 2018Jesus disse:
— Naquele dia o Reino do Céu será como dez moças que pegaram as suas lamparinas e saíram para se encontrar com o noivo . Cinco eram sem juízo, e cinco eram ajuizadas. As moças sem juízo pegaram as suas lamparinas, mas não levaram óleo de reserva. As ajuizadas levaram vasilhas com óleo para as suas lamparinas. Como o noivo estava demorando, as dez moças começaram a cochilar e pegaram no sono.
— À meia-noite se ouviu este grito: “O noivo está chegando! Venham se encontrar com ele!”
— Então as dez moças acordaram e acenderam as suas lamparinas. Aí as moças sem juízo disseram às outras: “Deem um pouco de óleo para nós, pois as nossas lamparinas estão se apagando.”
— “De jeito nenhum”, responderam as moças ajuizadas. “O óleo que nós temos não dá para nós e para vocês. Se vocês querem óleo, vão comprar!”
— Então as moças sem juízo saíram para comprar óleo, e, enquanto estavam fora, o noivo chegou. As cinco moças que estavam com as lamparinas prontas entraram com ele para a festa do casamento, e a porta foi trancada.
— Mais tarde as outras chegaram e começaram a gritar: “Senhor, senhor, nos deixe entrar!”
— O noivo respondeu: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu não sei quem são vocês!”
E Jesus terminou, dizendo:
— Portanto, fiquem vigiando porque vocês não sabem qual será o dia e a hora.
Peçamos ao Espírito Santo, a sabedoria necessária para aprender, um pouco mais, sobre o Reino que Jesus veio nos trazer.
Quando Jesus diz que o Reino do Céu “será como”, ou “semelhante” faz-me lembrar que Ele também diz: “Quando o Reino de Deus chegar, não será uma coisa que se possa ver. Ninguém vai dizer: ‘Vejam! Está aqui’ ou ‘Está ali’. Porque o Reino de Deus está dentro de vocês” (Lc 17, 20b-21).
Na minha oração, sou levado a considerar que há uma realidade já presente, mas que não poderei encontrá-la, se eu não sair ao seu encontro. A realidade do Reino de Deus, representada pelo noivo, somente será possível se eu for ao encontro dela.
Contudo, poderei sair e, num primeiro momento, não obter o êxito esperado. Apesar disso, devo me manter vigilante, pois o Reino de Deus poderá chegar a qualquer momento.
As virgens, não encontrando o noivo, que demorava, cochilaram e acabaram dormindo. Contudo, apesar de dormirem, continuaram vigilantes. Ouviram o grito que anunciava a chegada do noivo e, rapidamente, levantaram-se e foram preparar suas lâmpadas.
Como está nossa disposição para levantar e sair? Sair uma primeira vez, mas, também, sair uma segunda, se for necessário? Sair do nosso lugar de conforto, de nossa posição de segurança e arriscar algo além? Quanto estamos antenados ao que acontece ao nosso redor? Estamos com os ouvidos atentos para os “gritos” que nos anunciam a chegada do Reino de Deus?
Além de nossa vigilância e disposição para buscar o Reino de Deus, percebo que o Senhor nos quer ensinar algo mais. Ele nos diz que é necessário manter nossas lâmpadas cheias de combustível para que a luz permaneça o tempo que for necessário. Não sabemos nem o dia e nem a hora, porém não podemos deixar faltar o combustível que alimenta nossa fé e nossa esperança.
Penso que esse combustível é a oração. A leitura orante da bíblia, que devemos fazer todos os dias, será nosso combustível, o óleo que manterá nossas lâmpadas acesas.
Como está nossa oração diária? Quanto tempo tenho reservado para estar na presença do Senhor? Tenho sido prudente, ou sem juízo? Tenho me ocupado de muitas coisas e postergado a oração, ou estou consciente de que não posso deixar o combustível acabar, pois não sei nem o dia e nem a hora que dele vou precisar?
As virgens sem juízo, como narrado ao final do texto, chegaram mais tarde e quiseram entrar, porém foram impedidas, pois o noivo não as reconheceu.
Depois de ler o texto muitas vezes e orar, percebo que não há uma única oportunidade para recebermos o Reino de Deus, pois, como dizem os versículos do evangelho de Lucas que destaquei acima, ele “está dentro de nós”, ou, como em outras traduções, “está no meio de nós”. Ora, se está no meio de nós, então devemos “esbarrar” nele muitas vezes. A pergunta que me parece fundamental é: estamos em condições de reconhecê-lo? Estamos em condições de acolhê-lo, pois o texto também sugere que não há como forçar a entrada, antes é necessário estar preparado.
O texto também chama a minha atenção ao apontar o movimento que é necessário realizarmos. As virgens saíram ao encontro do noivo, porém elas não chegaram até ele, antes, pelo contrário, foi o noivo que chegou e com elas entrou para a festa do casamento.
Que bonito! Nós devemos sair de muitas coisas que nos prendem, que nos escondem, mas é o noivo, Cristo, que virá. Ele vem encarnar-se em nossa vida, em nossa história, para tornar possível a realidade do Reino de Deus, preparado para nós desde o princípio. Cristo virá e, junto com Ele, entraremos para celebrar a festa do casamento de Deus com toda a humanidade.
Que Maria, primeira a receber a realidade da encarnação de Deus na humanidade, seja nossa companheira neste caminho e nos ajude a preparar nosso coração para receber o noivo, Jesus Cristo. Amém!
***
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte