O sal da terra e a luz do mundo (Mt 5, 13-16)
9 de junho de 2015Direito ao sustento (Mt 10, 7-13)
11 de junho de 2015Naquele tempo; disse Jesus aos seus discípulos: ”Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus”.
Hoje, chamaram minha atenção os verbos utilizados por Jesus para explicar sua relação com a Lei e os Profetas e, também, os conselhos que Ele nos dá para vivenciar esta relação.
O verbo cumprir possui o sentido de executar, mas também o de completar, e é bonito perceber que Jesus viveu esses dois sentidos do verbo em sua plenitude. Ele compreendeu bem o significado da lei, ou seja, quais eram seus objetivos, assim como soube interpretar e colocar em prática os ensinamentos dos Profetas.
Jesus, certa vez, chamou a atenção dos fariseus, citando o profeta Oséias: “Ide, pois, e aprendei o que significa: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício” (Os 6,6 e Mt 9,13). Pois bem, Ele não somente chama a atenção com palavras. De forma muito mais intensa, conscientiza-nos com sua vida: “Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra!” Depois, ao final, quando todos haviam saído, disse àquela mulher: “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais”. Assim, Jesus vive sua vida: coloca em ação o que ensina e ensina aquilo que pratica.
Acredito que a misericórdia é o principal fruto do amor, e é pelos olhos da misericórdia, ensinada pelos Profetas e levada à plenitude na vida de Jesus, que devemos aprender a observar a Lei. É a maneira pela qual Jesus pode concluir: “O sábado foi feito para servir ao homem, e não o homem para servir ao sábado” (Mc 2,27).
O verbo praticar, que Jesus escolhe para nos encorajar a aprofundar nosso relacionamento com a Lei e os Profetas, remete-nos a um exercício, a um aprendizado que se alcança pela vivência, pela experiência.
A prática leva ao saber profundo. Um saber que se entranha em nosso ser. É como aprender a andar de bicicleta. No início, temos muita dificuldade, duvidamos que podemos nos equilibrar sobre suas duas rodas e caímos, ferimo-nos, duvidamos que conseguiremos andar, mas, após insistirmos, após um período de pura persistência, vamos “pegando a manha”, e depois é só alegria.
A ordem dos verbos, praticar e ensinar, mostra que Jesus não deseja teorias, mas que vivamos em nosso dia a dia o que Ele ensinou. Se cairmos, façamos como quem está aprendendo a andar de bicicleta, levantemos e comecemos outra vez mais. Então, poderemos ensinar o que vivemos, sem teorias, porém com autoridade.
Maria, mãezinha querida, esteja conosco nesta caminhada de aprendizes da Lei e dos ensinamentos dos Profetas, auxiliando-nos a praticar o amor, a acolher a todos com misericórdia. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte