Não só a mão, Senhor, mas também o coração! (Marcos 3,1-6)
18 de janeiro de 2017“Chamou os que ele quis, para que ficassem com ele.”
20 de janeiro de 2017Jesus e os discípulos foram até o lago da Galileia. Junto com ele ia muita gente da Galileia, da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, do lado leste do rio Jordão e da região de Tiro e de Sidom. Todos iam ao encontro de Jesus porque ouviam falar a respeito das coisas que ele fazia. Jesus pediu aos discípulos que arranjassem um barco para ele a fim de não ser esmagado pela multidão. Pois ele estava curando tanta gente, que todos os doentes se juntavam em volta dele para tocá-lo. E as pessoas que tinham espíritos maus, ao verem Jesus, caíam aos pés dele e gritavam:
— O senhor é o Filho de Deus!
Mas Jesus proibiu duramente os espíritos de dizerem quem ele era.
Tomemos consciência da presença da Trindade em nós e nos coloquemos à sua disposição, suplicando ao Espírito Santo que nos guie no entendimento daquilo que o texto suscita.
Lendo e relendo o texto proposto para hoje, três coisas chamaram a minha atenção.
Uma multidão, composta por pessoas de todas as partes, ia ao encontro de Jesus. O texto diz que a razão é porque ouviram falar a respeito do que ele fazia.
Por que estamos aqui hoje rezando com a Palavra? Por que procuramos Jesus?
A proposta que fazemos é de uma aproximação para que possamos nos tornar amigos de Jesus. A amizade pressupõe uma relação mais profunda, que gostamos de cultivar porque nos sentimos bem ao lado da pessoa amiga. Queremos passar horas a seu lado, conversando e descobrindo, cada vez mais, o seu mundo, seus desejos, suas aspirações, suas alegrias e tristezas, enfim, nos deixar apaixonar pelo o que a pessoa é.
Todavia, a multidão procurava Jesus, de acordo com o texto, pelo que Jesus fazia, ou seja, por sua utilidade.
Há uma diferença sutil entre as duas possibilidades, pois é evidente que o amigo se beneficia das riquezas de seu companheiro, porém, o motivo de querer estar a seu lado não é apenas de se beneficiar, pelo contrário, antes de tudo, é simplesmente de compartilhar a presença.
Por isso é importante respondermos, para nós mesmos, por qual razão estou orando.
O risco de procurar Jesus com o objetivo primeiro de se beneficiar do que ele faz é não conseguirmos alcançar o bem maior: de nos alimentarmos de seu próprio corpo e podermos ser como ele, filhos de Deus.
A segunda coisa que me chamou atenção é exatamente a relação de Jesus com os seus discípulos, aqueles que estão ali aprofundando a amizade com o Mestre. Para estes Jesus faz pedidos, ou seja, ele conta com a ajuda de seus amigos para conseguir evangelizar, para conseguir levar sua obra adiante.
Aos discípulos, segundo o texto, Jesus solicita um barco. O barco era a necessidade de Jesus naquele momento, para ele não ser esmagado pela multidão.
As multidões continuam, ainda hoje, esmagando Jesus. Reduzem sua dimensão ao procurá-lo apenas para conseguir coisas de que estão precisando. Um novo emprego, uma casa, um automóvel, aprovação no Enem, cura de um parente, para conseguir um namorado ou namorada e tantas outras coisas, sempre muito importantes para a nossa vida, sem dúvida, porém, infinitamente menor que a verdadeira riqueza que se encontra na amizade com Ele.
Por outro lado, ser amigo de Jesus é, também, um risco, pois haverá pedidos que deveremos atender. Aos discípulos, naquele dia, Ele pediu um barco e a nós hoje, o que Ele está pedindo?
O Padre Jaime Bonet, fundador do Verbum Dei, uma vez em que se encontrava orando e contemplando a Hóstia Santa, admirado com a simplicidade de Jesus reduzido a um pedaço de pão, entendeu que Jesus o pedia emprestado suas pernas, pois já não as tinha mais, sua boca, pois também não a tinha mais e suas mãos, pois assim, poderia continuar evangelizando o mundo.
Cabe a cada um de nós discernir, com a ajuda do Espírito Santo, qual é o pedido que Jesus nos faz no momento histórico que vivemos e, sempre contando com Ele, buscar forças para não desistir de seu cumprimento.
E, por fim, a terceira coisa que me chamou a atenção é que os espíritos maus caem quando se aproximam de Jesus.
Rezamos com frequência o Pai Nosso, dizendo ao final da oração: livrai-nos do mal.
Ora, para nos livrarmos do mal, Deus já nos deu seu Filho, agora precisamos nos aproximar dele e nos tornarmos seus amigos. Na amizade com Ele a maldade que existe em nós vai caindo por terra. Sua amizade tem o poder de ir nos limpando de nossos males.
Maria, mãezinha querida, nos acompanhe nesta caminhada e nos auxilie a nos aproximarmos de seu filho Jesus. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte