“Ó Senhor Deus, eu te agradeço de todo o coração; diante de todos os deuses eu canto.”
10 de fevereiro de 2019“O Senhor […] abençoa-me com amor e bondade”
24 de fevereiro de 2019PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito Santo, acompanha-me neste encontro com Jesus
que me fala em sua Palavra.
Espírito Santo, unge-me para que a alegria da Boa Notícia toque meu coração.
Espírito Santo, ajuda-me para que possa traduzir o evangelho em vida.
Espírito Santo, reúne-me com meus irmãos
para que, juntos, possamos sair a proclamar que Jesus está vivo.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Lc 5.1-11
Jesus escolhe os doze apóstolos
Mateus 10.1-4; Marcos 3.13-19
12Naquela ocasião Jesus subiu um monte para orar e passou a noite orando a Deus. 13Quando amanheceu, chamou os seus discípulos e escolheu doze deles. E deu o nome de apóstolos a estes doze
Jesus ensina e cura
Mateus 4.23-25
17Jesus desceu do monte com eles e parou com muitos dos seus seguidores num lugar plano. Uma grande multidão estava ali. Era gente de toda a Judeia, de Jerusalém e das cidades de Tiro e Sidom, que ficam na beira do mar.
Felicidade e infelicidade
Mateus 5.1-12
20Jesus olhou para os seus discípulos e disse:
— Felizes são vocês, os pobres,
pois o Reino de Deus é de vocês.
21 — Felizes são vocês que agora têm fome,
pois vão ter fartura.
— Felizes são vocês que agora choram,
pois vão rir.
22 — Felizes são vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e disserem que vocês são maus por serem seguidores do Filho do Homem. 23Fiquem felizes e muito alegres quando isso acontecer, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês. Pois os antepassados dessas pessoas fizeram essas mesmas coisas com os profetas.
24 — Mas ai de vocês que agora são ricos,
pois já tiveram a sua vida boa.
25 — Ai de vocês que agora têm tudo,
pois vão passar fome.
— Ai de vocês que agora estão rindo,
pois vão chorar e se lamentar.
26 — Ai de vocês quando todos os elogiarem, pois os antepassados dessas pessoas também elogiaram os falsos profetas.
1. LEITURA
Que diz o texto?
* Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
1. O que faz Jesus durante toda a noite? O que faz ao amanhecer?
2. A quem Jesus declara “felizes” e por que o são?
3. Quais são as pessoas de quem Jesus se lamenta e por quê?
4. Existe alguma relação ou paralelo entre os declarados felizes e aqueles de quem Jesus se lamenta?
* Algumas pistas para compreender o texto:
Mons. Damian Nannini1
No texto litúrgico de hoje, podemos considerar duas subseções. Em primeiro lugar, temos a escolha dos Doze apóstolos. A apresentação que Lucas faz deste acontecimento enfatiza de modo particular a oração prévia à eleição. De fato, Lucas indica que Jesus sobe ao monte “para orar e passou a noite orando a Deus”. No dia seguinte, segue-se a escolha dos Doze, dentre os discípulos, aos quais chamou apóstolos.
A segunda subseção começa no v. 17, que nos apresenta o auditório do “sermão da planície”, que vem em seguida: “Uma grande multidão estava ali. Era gente de toda a Judeia, de Jerusalém e das cidades de Tiro e Sidom, que ficam na beira do mar”. Diante deste grupo, Jesus começa a anunciar as bem-aventuranças. Para nós, a versão mais conhecida é a de são Mateus; por isso, observemos que são Lucas contrapõe quatro lamentações com a palavra “Ai”.
Jesus fixa o olhar sobre os discípulos e fala diretamente a eles, que são os pobres, os que choram, têm fome e são perseguidos por serem cristãos. Portanto, para Lucas, a existência presente dos cristãos está marcada pela tribulação e pela perseguição; como esteve assinalada a existência terrena do Senhor (24.26). Contudo, também será partilhada com Jesus a mudança de situação que traz a Ressurreição, pois na vida eterna, Deus recompensará os que sofrerem nesta vida.
Às quatro bem-aventuranças se opõem quatro lamentações cuja função é advertir os cristãos discípulos dos perigos que encerram as riquezas, a vida satisfeita e risonha, com a aprovação de todos.
Efetivamente, a abundância de bens, seguida do sentir-se satisfeito e do ter uma vida aprazível, é apresentada frequentemente, no evangelho de Lucas, como um perigo. E isso por três motivos fundamentais (seguimos literalmente J. Dupont):
• A riqueza impede a pessoa de ver além da vida presente e, portanto, de saber onde está seu verdadeiro interesse.
• A riqueza fecha a pessoa em si mesma e impede-a de pensar nos demais, nos que carecem do necessário.
• A riqueza tende a ocupar no coração da pessoa um lugar que corresponde somente a Deus. Converte-se numa espécie de ídolo.
De igual modo, a busca prioritária da opinião favorável das pessoas pode ser um perigo ou tentação no seguimento do Senhor, pois leva o cristão a evitar ser perseguido e sofrer humilhações, como Jesus sofreu.
O que o Senhor me diz no texto?
O evangelho de hoje convida-nos a meditar sobre a boa sorte ou felicidade a partir do ponto de vista cristão. Jesus fala abertamente das pessoas que ele considera felizes ou ditosas, e daquelas de quem ele se lamenta porque seguem o mau caminho.
Para Jesus, a verdadeira felicidade está na comunhão com Deus, em sentir o amor do Pai, em pertencer ao Reino de Deus. Ou seja, somente o amor de Deus pode fazer-nos plenamente felizes. E esta felicidade identifica-se com a santidade cristã, como no-lo lembrou recentemente o Papa Francisco: “A palavra ‘feliz’ ou ‘bem-aventurado’ torna-se sinônimo de santo’, porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive a sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade” (GE 64).
Em seguida, o próprio Jesus nos mostra quem são os destinatários privilegiados do amor do Pai; os pobres, os insatisfeitos, os que choram, os que são perseguidos por serem crentes. Os que se encontram nesta situação são os destinatários singulares do amor do Senhor e podem achar aí sua felicidade.
Por outro lado, os ricos, os satisfeitos, os que se divertem e recebem adulações dos outros se encontram em uma situação de perigo, pois serão bastante tentados a fechar-se em si mesmos, a não levar em conta o amor de Deus em suas vidas e, assim, perder a verdadeira felicidade.
Está claro que precisamos meditar muito sobre este texto a fim de que nosso coração se abra à sabedoria divina que ele contém e nos conduz no sentido contrário ao que nos propõe o mundo diariamente. O Papa Francisco ainda nos recorda: “Estas palavras de Jesus, não obstante possam até parecer poéticas, estão decididamente contracorrente ao que é habitual, àquilo que se faz na sociedade; e, embora esta mensagem de Jesus nos fascine, na realidade o mundo conduz-nos para outro estilo de vida. As bem-aventuranças não são, absolutamente, um compromisso leve ou superficial; pelo contrário, só as podemos viver se o Espírito Santo nos permear com toda a sua força e nos libertar da fraqueza do egoísmo, da preguiça, do orgulho” (GE 65).
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
1. Onde busco a felicidade em minha vida? Tenho-a encontrado nesse lugar?
2. Já experimentei, alguma vez, a alegria interior do amor de Deus?
3. Estou de acordo em que a riqueza, a diversão e a vida boa podem fazer-me esquecer a Deus?
4. Aceito que o caminho das bem-aventuranças vai contracorrente à proposta do mundo, mas que é sabedoria divina?
5. Que caminho Jesus escolheu seguir? Como viveu as bem-aventuranças?
O que respondo ao Senhor que me fala no texto?
Obrigado, Jesus, por me fazeres participar de teu vínculo com o Pai.
Faze com que eu possa envolver-te em cada uma de minhas decisões.
Afasta-me do egoísmo, da comodidade, do orgulho.
Que não busque nem o reconhecimento nem a riqueza.
Que nem tudo em minha vida seja ficar numa boa.
Concede-me a graça de buscar a felicidade que não passa.
Quero ser bem-aventurado buscando a pobreza.
Dá-me fome do Reino.
Somente tu podes saciar-me.
Que eu tenha a certeza de que, por ser fiel a ti,
serei questionado, perseguido.
Conto com outros irmãos bem-aventurados para seguir-te.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Jesus, faze-me viver as bem-aventuranças em minha vida diária”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, proponho-me escolher uma bem-aventurança e vivê-la concretamente.
“Quero ser santa, mas não pela metade, senão completamente…
Em vez de desanimar, disse a mim mesma: Deus não poderia inspirar desejos irrealizáveis, portanto posso, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade.”
Santa Teresinha do Menino Jesus