Um só por dentro e por fora (Mateus 23, 1-12)
14 de março de 2017Exaltou os humildes – (Lc 16, 19-32)
16 de março de 2017Quando Jesus estava subindo para Jerusalém, chamou os discípulos para um lado e falou com eles em particular, enquanto caminhavam. Ele disse:
— Escutem! Nós estamos indo para Jerusalém, onde o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos não judeus. Estes vão zombar dele, bater nele e crucificá-lo; mas no terceiro dia ele será ressuscitado.
Então a mãe dos filhos de Zebedeu chegou com os seus filhos perto de Jesus, curvou-se e pediu a ele um favor.
— O que é que você quer? — perguntou Jesus.
Ela respondeu:
— Prometa que, quando o senhor se tornar Rei, estes meus dois filhos sentarão à sua direita e à sua esquerda.
Jesus disse aos dois filhos dela:
— Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem beber o cálice que eu vou beber?
— Podemos! — responderam eles.
Então Jesus disse:
— De fato, vocês beberão o cálice que eu vou beber, mas eu não tenho o direito de escolher quem vai sentar à minha direita e à minha esquerda. Pois foi o meu Pai quem preparou esses lugares e ele os dará a quem quiser.
Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram zangados com os dois irmãos. Então Jesus chamou todos para perto de si e disse:
— Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles, e os poderosos mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente.
Bom dia Jesus, que quis se tornar nosso irmão, Paizinho querido e Espírito Santo! Bom dia mamãe Maria! Que bom começar o dia em suas companhias. Estes momentos de conversa íntima são uma alegria e ponto de partida para um dia mais alegre e com mais esperança. Obrigado!
O trecho do evangelho proposto para hoje faz-me rever muitos momentos de minha vida de fé, de minha caminhada buscando segui-lo, Senhor!
Há três momentos bem distintos na narrativa: Jesus expõe aos doze apóstolos, a partir dos sinais dos tempos, sua percepção e conclusão do que lhe vai acontecer. Os apóstolos discutem para saber quem merecia privilégios e, por fim, Jesus volta a ensinar a nova ordem de valores que seu anúncio da boa nova estabelece.
O momento central da narrativa nos faz pensar que os apóstolos estavam surdos, afinal, Jesus acabara de revelar a gravidade de tudo o que iria lhe acontecer e, no entanto, a preocupação de seus seguidores era garantir privilégios no Reino de Deus.
Qual seria a compreensão dos apóstolos a respeito da ressurreição? Não deveriam ter uma compreensão clara, pois, após a morte de Jesus, eles ficaram perturbados e com muito medo, além de demorarem a crer que Ele havia ressuscitado. Parece que a palavra Reino, tão utilizada por Jesus, instigou suas férteis imaginações.
Assim também costumamos nos comportar. As palavras do evangelho são muito simples e de fácil compreensão, porém, são exigentes. A partir delas, criamos modelos próprios que satisfazem nossas comodidades e aliviam nossa consciência. E nos tornamos surdos.
Jesus é um Mestre paciente e retoma os ensinamentos do início: o Reino que Ele vem implantar subverte a ordem estabelecida pelos homens: “quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês”.
Lendo esse trecho do evangelho com essas inquietações no meu coração, comecei a contemplar a cena, e chamou-me a atenção o diálogo de Jesus com os dois filhos de Zebedeu, Tiago e João (cf Mc 3,17). Jesus constata que eles não sabem o que estão pedindo – por certo não sabiam mesmo – e lhes pergunta: “Por acaso vocês podem beber o cálice que eu vou beber?”. Na minha contemplação, percebo os olhares de Tiago e João para Jesus. Olhares que dizem: “Senhor, você é a nossa única esperança. Estamos dispostos a passar qualquer coisa junto a você”. Percebendo o olhar deles e ouvindo suas respostas firmes: “podemos!”, Jesus dá um ligeiro sorriso de satisfação e prossegue “De fato, vocês beberão o cálice que eu vou beber…”.
Tiago e João ainda não compreendiam todas as exigências do Reino, ainda precisavam crescer na fé, mas seus corações já estavam cativados pelo anúncio da Boa Nova. Na companhia de Jesus, experimentaram um amor que jamais pensariam em abandonar. Seja o que viesse a partir daí, mesmo sem compreenderem direito, tinham certeza de que longe deste amor não poderiam mais viver.
Jesus olha-os comovido, como poderia não voltar a ensiná-los? O terreno era fértil, precisava continuar a cultivá-lo.
E como o nosso coração está em relação à confiança em Jesus? Quanto tempo tenho passado ao seu lado? Tenho reservado tempo para degustar de sua intimidade e amizade? Se não, o que posso fazer para consegui-lo? Diminuir o tempo nas redes sociais, ver menos televisão, fechar os olhos no percurso do ônibus e simplesmente me colocar ao seu lado? Sempre haverá uma maneira de passar algum tempo diário com Ele.
Na minha oração de hoje, compreendi que é importante usar meu intelecto para compreender o meio em que vivo, saber me posicionar diante dos fatos etc. Porém, aquilo que irá me manter firme no caminho de seguimento a Jesus será a profundidade da minha amizade com Ele.
Senhor, embora, muitas vezes, não consiga compreender, ou simplesmente não ajo como devo agir, quero sempre estar a seu lado e “tomar do seu cálice”. Não me abandone. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte