Fala, Senhor, que teu servo escuta (Marcos 1, 29-39)
13 de janeiro de 2016Enviados na alegria do Evangelho (Marcos 3,13-19)
15 de janeiro de 2016“Um leproso chegou perto de Jesus, ajoelhou-se e disse:
– Senhor, eu sei que o senhor pode me curar se quiser.
Jesus ficou com muita pena dele, tocou nele e disse:
– Sim! Eu quero. Você está curado.
No mesmo instante a lepra desapareceu, e ele ficou curado.
E Jesus ordenou duramente:
– Olhe! Não conte isso para ninguém, mas vá pedir ao sacerdote que examine você. Depois, a fim de provar para todos que você está curado, vá oferecer o sacrifício que Moisés ordenou.
Então Jesus o mandou embora. Mas o homem começou a falar muito e espalhou a notícia. Por isso Jesus não podia mais entrar abertamente em qualquer cidade, mas ficava fora, em lugares desertos. E gente de toda parte vinha procurá-lo.”
Na oração de hoje, vamos pedir a graça, como nos ensina São Paulo, de ter os mesmos sentimentos de Cristo.
O Evangelho nos leva a contemplar este encontro do leproso com Jesus. Na época de Jesus, quem contraía lepra devia viver fora da cidade, em lugares isolados. Além do sofrimento físico, a dor da separação, da exclusão.
Os leprosos não podiam se aproximar de ninguém. Este leproso transgride essa norma para “chegar perto de Jesus”. O que ele viu, mesmo de longe, em Jesus, que o fez intuir a possibilidade de uma acolhida? O que ele viu, mesmo de longe, em Jesus, que o fez intuir a possibilidade de muito mais que isso?
“Ajoelhou-se e disse: ‘Senhor, eu sei que o senhor pode me curar se quiser.’” Viu de longe um senhorio em Jesus, um poder vindo de Deus. Viu de longe o que tantos não viram de perto. Contemplar a cena. O que percebo na atitude deste homem?
A tradução não é tão feliz quando põe “Jesus ficou com muita pena dele”. Outras traduções nos apresentam: “Jesus teve compaixão.” Jesus tem compaixão, sente-com o homem, sente a sua paixão, a sua dor. O que cura este homem é, em primeiro lugar, a compaixão do outro, de Jesus.
E então as concretizações desta compaixão:
– O toque;
– o querer;
– e a Palavra de Jesus.
Contemplar cada gesto, cada olhar, as expressões de sentimento do Senhor, o que ele diz, o que ele faz. E deixar-me tomar também pela sua compaixão, contagiar por ela.
Mas não acaba por aí. A cura não é só individual, é pessoal, ou seja, em si e comunitariamente. Jesus faz a reintegração social do homem, mandando-o fazer o que os costumes daquela época prescreviam. Devolve então não só a integridade física, mas a integridade como pessoa, membro de uma comunidade, capaz e desejoso de relações.
Para si Jesus não busca honras. Mas o homem, diante de tão grande experiência, não pode não falar de Jesus, não pode não anunciar aos outros as maravilhas operadas por Ele em sua vida. Quem experimenta o amor que restaura e liberta não consegue calar.
Com isso, “Jesus não podia mais entrar abertamente em qualquer cidade, mas ficava fora, em lugares desertos.” Acabou tomando o lugar do leproso. Até este ponto levou a sua compaixão.
Que sentimento é mais comum na minha vida: a pena ou a compaixão? A que consequências me leva?
Pedir ao Senhor que, ao fazer-me experimentar a compaixão que tem por mim, infunda em mim seus mesmos sentimentos. E que minhas ações e anúncio expressem o que Ele nos dá.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.