A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos Lc 10,1-9
18 de outubro de 2013Eles imediatamente vão abrir a porta (Lucas 12,35-38)
22 de outubro de 201329ª semana do Tempo Comum
Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.” Jesus respondeu: “Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou dividir os bens entre vocês?” Depois Jesus falou a todos: “Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens.”
E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. E o homem pensou: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba, alegre-se!’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?’
Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus.”
“Para quem?” Esta é a pergunta fundamental que o Senhor nos faz, e que podemos deixar ressoar fundo em nossa oração de hoje. Para quem estou dedicando a minha vida? Para que vão meu tempo e meus esforços? Para quem ofereço (ou guardo) meus bens?
Há uma palavra usada por Jesus que faz toda a diferença: “devolver”. Só devolvemos o que nos é emprestado, o que não nos pertence, mas nos é confiado em cuidado ou administração. “Você vai ter que devolver a sua vida”. A vida não nos pertence. É um dom confiado a nós por Deus. Perceber isso no fundo do coração faz toda a diferença na nossa maneira diária de viver.
O homem rico não se deu conta disso. É chamado de “louco”, porque reteve a sua colheita. Pensou em guardar, não em doar, nem em fazer frutificar ainda mais e gerar benefícios para muitos. Nem sequer ele mesmo usufruiu. Tudo aquilo, para quem ficou? O que gerou? Talvez uma disputa de herança. Talvez a traça, os vermes.
A liberdade que nos é oferecida hoje é escolher o “para quem” junto com Deus. Para quem invisto meus dons e talentos hoje? Para quem vai o resultado do meu trabalho, dos meus estudos, a minha colheita? Para quem ofereço meus minutos, minha energia, meu carinho, minha inteligência, meu dinheiro? Que bem gero com todos os dons e oportunidades que recebi e recebo? O que faço com a vida que me foi emprestada e terei que devolver? Enterro? Desperdiço? Busco só guardar para mim, corro atrás de seguranças e garantias o tempo todo? Para quem, Senhor, você me convida a dedicar-me? Como quero devolver a Você o que me deu hoje?
A oração da Liturgia das Horas abaixo pode nos inspirar:
“À força de amor humano
me abraso em amor divino.
A santidade é caminho
que vai de mim até meu irmão.
Dei-me sem estender a mão
para cobrar o favor;
dei-me em saúde e na dor
a todos, e de tal sorte
que me encontrou a morte
sem nada mais que o amor.”