Você prefere ser feliz ou estar com a razão?
8 de agosto de 2016Sementes de uma vida verdadeira (Jo 12, 24-26)
10 de agosto de 2016“Assim também o Pai de vocês, que está no céu, não quer que nenhum destes pequeninos se perca.” Vamos tomar este versículo como chave de oração de todo este trecho do Evangelho. Conectar-nos com o coração do Pai, que nos diz: “Não quero que nenhum destes pequeninos se perca.” Perguntar-lhe: quem são estes pequeninos, Pai?
Deixar que venham as imagens dos pequeninos do Pai. Talvez venham os pobres, os sofredores de rua, as crianças, os idosos, os injustiçados, os refugiados… deixar que venham à mente, torná-los presentes em nossa oração para que sejam presentes também em nossa vida.
Os pequeninos também podem ser nossos próximos mais próximos. Pequenos detalhes deles que o Pai não quer que se perca: o brilho nos olhos; o sonho; a esperança; a fé; a coragem de lutar; a luz sobre o caminho a seguir… Pai, o que são estes pequeninos dos que me são confiados que Você não quer que se perca?
E o que posso fazer?
“O que é que vocês acham que faz um homem que tem cem ovelhas, e uma delas se perde? Será que não deixa as noventa e nove pastando no monte e vai procurar a ovelha perdida?” Nos preocupamos com tantas coisas do outro! E às vezes nosso olhar vai mais no que é mais gritante, no que aparece mais, se mostra maior, no que chama mais a atenção… no entanto, o olhar do Pai está no pequenino que se perde.
E é para resgatar o pequeno detalhe que somos convidados a fazer pequenos grandes gestos. Aprender com as crianças o que precisamos viver para buscar o detalhe perdido do outro, a sua essência. “Se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu.” Mudar sim. Porque adultos nos tornamos chatos. Damos sermão, falamos mais que devíamos, nos colocamos superiores ao outro como quem pode ensinar-lhe. Isso quando não somos incoerentes – “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Nada disso resgata o pequenino.
É na simplicidade, colocando-nos – e sentindo-nos – iguais, na autenticidade, na leveza, até mesmo do lúdico e do artístico, da brincadeira e do encanto, é sabendo contemplar e deslumbrar-nos com a maravilha que há no outro, enfim, é como crianças que podemos não deixar que se perca nenhum dos pequeninos, como o Pai quer.
Peçamos a Ele que resgate a nossa criança interior e que, a partir dela, possamos conectar-nos com a dos nossos irmãos, para trazê-los de volta ao melhor de si.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner