A terra produz fruto por si mesma (Marcos 4,26-34)
31 de janeiro de 2014Realizando a travessia (Mc 4,35-41)
1 de fevereiro de 2014“Nesse dia, quando chegou a tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para o outro lado do mar.”
Então os discípulos deixaram a multidão e o levaram na barca, onde Jesus já se encontrava. E outras barcas estavam com ele.
Começou a soprar um vento muito forte, e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já estava se enchendo de água.
Jesus estava na parte de trás da barca, dormindo com a cabeça num travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, não te importa que nós morramos?”
Então Jesus se levantou e ameaçou o vento e disse ao mar: “Cale-se! Acalme-se!” O vento parou e tudo ficou calmo.
Depois Jesus perguntou aos discípulos: “Por que vocês são tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?”
Os discípulos ficaram muito cheios de medo e diziam uns aos outros: “Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?””
Chega a tarde. Muitas coisas já perdem a luz, o brilho na nossa vida. E o convite de Jesus é desafiador: “Vamos para o outro lado do mar.” Mas como é incrível o piloto automático! Do mesmo jeito que estavam os discípulos foram! Há já um passo de deixar a multidão. Mas também o risco de fazer mudanças cosméticas na nossa vida pessoal, no nosso trabalho, nas nossas relações. A sociedade é mestra nessas mudanças. Tudo muda o tempo todo. Mas o que realmente muda? Que estruturas de fato são mexidas? Chega-se profundamente “ao outro lado do mar”? O mar naquela época de Jesus era símbolo das forças do mal. Que travessia Ele nos convida então a fazer e a promover para atingir o outro lado?
Levaram Jesus na parte de trás. Dormindo. Quando a coisa apertou gritaram por Ele. Seu grito revela a fé: “Mestre, não te importa que nós morramos?” Acreditavam que Ele podia fazer algo. Por outro lado, estão se afogando no medo. O medo reina naquele momento. Daí a pergunta de Jesus: “Por que vocês são tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?” O medo é o contrário do amor, ele paralisa e faz buscar falsas seguranças que não garantem nada e paralisam. O amor exige lançar fora o temor, como diz São João, para entregar-se, para agir, dar o salto da audácia em favor da vida, para que ela vença essas forças que batem contra a barca. Exige a audácia da fé, a de filhos de Deus.
Esta foi a audácia que teve Jesus. Ficar com a pergunta dos discípulos: “Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?” Deixar que Ele se revele como o Senhor, vença nossos medos para que o Amor assuma o controle da nossa vida.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner