” O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir…”
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Lc 16,19-31
Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!
Leitura. O que diz o texto?
Estamos diante de uma das “pérolas” do evangelho, uma parábola própria de Lucas, evangelista que muito se aproxima e insiste mais do que os outros no tema da pobreza e da misericórdia: a parábola do rico epulão e o pobre Lázaro.
Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?
O primeiro mandamento da Lei é o “Shemá, Israel” – “Ouça, Israel!” (Dt 6,4; Mc 12,29). Ou seja, escutar a Palavra de Deus é a lei mais importante. Quem observa os estatutos do Senhor não pratica a injustiça e nem é indiferente ao sofrimento do outro. Por isso, a raiz do problema do rico e sua insensibilidade diante do sofrimento alheio é sua surdez diante da Palavra de Deus que ressoa na voz dos pobres. Assim sofrerá as consequências da sua escolha, pois “quem não escuta o clamor dos pobres, também não terá resposta quando clamar” (Pv 21,13). Essa é a razão da advertência do Pai Abraão quando orienta os parentes do rico a escutarem a Palavra de Deus, personalizada no texto por “Moisés e os Profetas”. Que os escutem!
Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?
Senhor, “Dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; inspirai-nos palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos…” (Missal romano, Oração Eucarística VI – D).
Contemplação. O que o texto faz em mim?
A Lei antiga, Palavra de Deus revelada a Moisés, já previa o cuidado e a solidariedade para com os pobres e sofredores (Lv 25,35-38; Dt 15,7-8). As categorias mais fragilizadas e vulneráveis da época (órfão, viúva, estrangeiro) são os prediletos de Deus. Os pobres são “a menina dos olhos de Deus” (Zc 2,12). Pare um instante e perceba Lázaro à porta estendendo a mão. Não desvie o olhar; sinta o mesmo sentimento que Jesus sentiria: compaixão.
O que o texto me sugere a viver?
O mal da indiferença é causa de muito sofrimento para os que são “invisíveis” na sociedade. O rico, preocupado com o seu bem estar e seus afazeres, não era capaz de perceber o sofrimento alheio. Estejamos atentos a Lázaro que está à nossa porta todos os dias, esperando que não desviemos o nosso olhar dele…
Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*
*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Membro da Coordenação Colegiada Arquidiocesana da Pastoral Carcerária. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil.