04 de novembro, 6ª feira, 31ª Semana do Tempo Comum | Memória de São Carlos Borromeu

“Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”

Lc 16,1-8

Leitura: o que o texto diz?

A parábola apresentada no evangelho de hoje pode nos soar desconcertante. O administrador de um rico, é acusado de não realizar corretamente o seu trabalho e desta forma, deduz que em breve será demitido. Bem entendido do contexto social e econômico em que vive, pensa em diversas formas de poder ganhar a vida caso isso ocorra, mas chega à conclusão de que não está capacitado para nenhuma delas. Planeja, então, fazer com que os devedores de seu patrão passem a ser devedores de favores seus. A ideia é desonesta porém bastante engenhosa a ponto de ter sido elogiado pelo patrão por sua astúcia. Talvez esse texto seja bem intrigante para você. Muito provavelmente alguns questionamentos devem ter passado por sua cabeça, por isso, você é convidado a ler mais uma vez para ter bem claro em sua mente o conteúdo do texto e sua compreensão, a fim de continuar nossa caminhada com o evangelho de hoje.

Meditação: o que o texto me diz?

Jesus jamais elogiará o pecado, mas admira-se do quanto os filhos do mundo são astutos, enquanto os filhos do céu não o são. É fácil perceber a mensagem de Jesus. Nas entrelinhas ele deseja nos dizer que os filhos do mundo são astutos, rápidos e dispostos a fazer qualquer coisa por seus interesses. Não medem esforços, encontram soluções, uma vez que, estão dispostos à alcançarem seus objetivos, não importando quais sejam as formas para que isso aconteça. Os filhos da luz por sua vez, parecem estar acabrunhados e medrosos, não tomam iniciativas, qualquer coisa torna-se um grande motivo para impedi-los de buscar as coisas do céu. Parecem apáticos e conformados com o que sobrevier em suas vidas e em seu caminho. Faça para você mesmo a seguinte pergunta: com qual dessas figuras me identifico? Estou disposto a correr os riscos e a buscar soluções para seguir e servir a Deus apesar de tudo e de todos? Ou simplesmente, me abalo por qualquer razão? Como se esse texto fosse um espelho, permita que ele faça com que você reflita sobre essas questões e outras que venham a surgir em seu coração. Abra-se à mensagem que ele tem para você.

Oração: o que o texto me faz dizer a Deus?

Neste momento de oração faça uma súplica do mais profundo do seu coração, suplique ao Senhor que lhe conceda um coração decidido, disposto e aberto à ação do Espírito Santo. Em um gesto de humildade, suplique por perdão, em razão de todas vezes que você se acomodou, consentiu que coisas tão pequenas te distanciassem das coisas de Deus. Peça perdão sobretudo, por não confiar na capacidade que Ele te deu desde a sua concepção, capacidade essa que, pelo Espírito Santo te faz criativo e inteligente para sempre agir, das mais diversas formas, sempre de acordo com a vontade dele. Expulse todo medo e timidez do seu coração e dialogue com o seu Senhor.

Contemplação: o que Deus, através do texto faz em mim?

Entre no templo do seu coração e perceba o quanto que essa palavra já transformou seu coração. Mesmo que somente com uma palavra, uma canção ou mesmo no silêncio bendiga a Deus que por meio desse evangelho te exorta à decisão, à disposição e à intrepidez de coração em sua caminhada.

Ação: que gestos concretos a Palavra de Deus em impulsiona a fazer?

Depois de tudo que você leu, rezou e contemplou, o que de concreto, essa palavra te impulsiona a fazer? Perceba que em suas parábolas, Jesus sempre utiliza situações muito comuns da vida de seus ouvintes, a fim de mostrar também que é ali na realidade concreta, que as coisas se revelam e que seus ensinamentos devem ser vividos e repassados. Na sua vida, como esse evangelho pode se concretizar?

Kelviane Pontes Vieira – Leiga consagrada da Nova Jerusalém. Formada em Serviço Social – UECE. Especialista em Bíblia- Faculdade Católica de Fortaleza. Bacharelanda em Teologia- Faculdade Católica de Fortaleza. Residente em Maracanaú-Ce.