Não tenha medo! Tenha fé! (Mc 5,21-43)
3 de fevereiro de 2015Enviados com autoridade (Marcos 6,7-13)
5 de fevereiro de 2015“Jesus voltou com os discípulos para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram:
– De onde é que este homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
– Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa.
Ele não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali.”
Na oração de hoje, podemos pedir ao Senhor a graça de olhar com outros olhos os próximos mais próximos.
Jesus entra em sua cidade e, como vários profetas, não é acolhido. Aquelas pessoas mais próximas dele pensam já saber tudo sobre ele e o enquadram em suas categorias. Ele tem esta profissão, seus parentes são estes, não é nenhum mestre da lei nem de linhagem sacerdotal. Estava aqui, entre nós, um conosco, como é que pode fazer tudo isso? Escutam, mas não dão ouvidos verdadeiramente. Veem, mas não creem. Tão perto, tão longe! Exatamente os mais próximos ficam de fora do Dom ofertado por Jesus!
E nós, que tentamos manter uma prática de oração, que talvez estejamos em comunidades eclesiais, de repente até com funções pastorais – próximos, portanto, da Palavra, da Eucaristia… Será que entramos? Será que acolhemos profundamente o que nos oferece?
Vamos olhar sobretudo para nossa vida diária, para Jesus que se manifesta no irmão, talvez no nosso próximo mais próximo. Será que acolhemos os dons deles? Será que botamos fé na sua autoridade? Quantas vezes, na família, os filhos ou os sobrinhos são eternamente os meninos, e não lhes são reconhecidos o conhecimento, a experiência, a profissão? Quantas vezes no trabalho ou entre os amigos enquadramos as pessoas em caixinhas tão fechadas que somos incapazes de nos deixar surpreender por elas? “Ah, lá vem fulano de novo!” “Fulano é assim, assim e assado!” E perdemos os seus melhores dons, dos quais outras pessoas menos próximas são capazes são capazes de beber e se encantar.
Deixemo-nos inspirar pela acolhida e pela confiança desses desconhecidos, e peçamos a abertura de coração para ver bem o outro, ver com outros olhos, e acolher a manifestação do dom de Deus nele.
Tania Pulier, comunicadora social – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner