Cansados de nossos fardos (Mateus 11,28-30)
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16 de julho de 2016
Evangelho – Mt 12,1-8
1Naquele tempo, Jesus passou no meio de uma plantação num dia de sábado. Seus discípulos tinham fome e começaram a apanhar espigas para comer. 2Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: ‘Olha, os teus discípulos estão fazendo, o que não é permitido fazer em dia de sábado!’ 3Jesus respondeu-lhes: ‘Nunca lestes o que fez Davi, quando ele e seus companheiros sentiram fome? 4Como entrou na casa de Deus e todos comeram os pães da oferenda que nem a ele nem aos seus companheiros era permitido comer, mas unicamente aos sacerdotes? 5Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado sem contrair culpa alguma? 6Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o Templo. 7Se tivésseis compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes. 8De fato, o Filho do Homem é senhor do sábado.’
Na passagem do evangelho de hoje, Jesus tem a coragem de questionar a lei quando esta se sobrepõe às questões de necessidade humana. Os seguidores da lei incapazes de uma avaliação mais profunda das circunstâncias eram igualmente incapazes de perceber, na colheita feita pelos discípulos, um exercício de sobrevivência. Não percebem que as palavras de Jesus não são contrárias à ordem, mas questionam o fato de as regras serem tão rígidas a ponto de colocarem seus seguidores em risco.
Esse ato do Mestre e as palavras por Ele proferidas, “aqui está quem é maior do que o Templo”, provam que Sua verdade supera qualquer outra que já tenha sido instalada. E o que é melhor: essa verdade é correlata à misericórdia e não ao sacrifício. Jesus não veio exigir de nós penitências, veio pregar o Amor. Não quer nossas privações ou dores, antes, quer nos dar sua misericórdia.
No nosso cotidiano, quantas vezes vemos as regras superarem a capacidade humana de flexibilização? Quantas vezes regras absurdas são seguidas a preço da injustiça e do sofrimento? Muitas vezes, percebemos que, com um pouco de bom senso, seria possível esquecer a regra em prol do bem, não significando isso, claro, agir na ilegalidade ou cometer crimes.
Uma palavra que me chama muito a atenção do texto de hoje é a “misericórdia”. Parece ser a única palavra capaz de nos ajudar a assimilar a grandiosidade divina. Pela ótica da justiça, jamais entenderemos Deus, pela lógica humana, tampouco. Se é possível falar e alguma lei que rege as ações de Deus em nossa vida, o que melhor traduz essa realidade é a misericórdia. Só por meio dela conseguiremos entrar na “lógica” de Deus.
Os fariseus não conseguiram entender a “lógica” na qual Jesus baseava suas colocações, assim como nós também nem sempre entendemos o que Ele tem a nos dizer em nosso dia a dia. Quantas vezes questionamos o momento em que Ele escolhe agir? Quantas vezes discordamos daquilo que Ele aponta como sendo o melhor para nós? Quantas vezes O questionamos?
Jesus mostra no texto de hoje que o tempo de Deus é diferente de nosso tempo, assim como a Sua lei não tem similaridade com as nossas regras. Como, às vezes, parece ser difícil lidas com essa lógica divina!!! Dá vontade de brigar com Deus, de dizer a Ele o quanto suas ações ou sua demora em agir nos machuca. Quanro nosso coração se dilacera em meio a ansiedade! Como é difícil aceitar o tempo de Deus. Ele age quando mal esperamos e contra todas nossas leis em várias situações, surpreendendo-nos. Em outras vezes, temos pressa e a morosidade dEle nos deixa em pânico. Como nossa pequenez nos amesquinha!
Jesus, peço-Te hoje que sincronize o meu coração ao coração do Pai para que eu possa aceitar o tempo dEle de agir; que eu saiba esperar e confiar; que eu não seja legalista no sentido de deixar de fazer o bem por questões burocráticas e banais.
Jesus, em nome de Maria, peço que apazigue meu coração enquanto Deus prepara aquilo que Ele considera melhor e mais importante para minha vida. Enquanto isso, Mestre, dê-me constância na fé e tranquilidade de espírito para não precipitar e nem deixar de agir quando for o momento. Serene minha alma, Jesus.
Amém!
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte