“Deixa primeiro que…”; “sim, mas…”
3 de outubro de 2018Ai de você, cidade injusta (Lc 10,13-16)
5 de outubro de 2018Leitura: Lucas 10, 1-12
Depois disso o Senhor escolheu mais setenta e dois dos seus seguidores e os enviou de dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde ele tinha de ir. Antes de os enviar, ele disse:
— A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Vão! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias. E não parem no caminho para cumprimentar ninguém. Quando entrarem numa casa, façam primeiro esta saudação: “Que a paz esteja nesta casa!” Se um homem de paz morar ali, deixem a saudação com ele; mas, se o homem não for de paz, retirem a saudação. Fiquem na mesma casa e comam e bebam o que lhes oferecerem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de uma casa para outra.
— Quando entrarem numa cidade e forem bem-recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: “O Reino de Deus chegou até vocês.” Porém, quando entrarem numa cidade e não forem bem-recebidos, vão pelas ruas, dizendo: “Até a poeira desta cidade que grudou nos nossos pés nós sacudimos contra vocês! Mas lembrem disto: o Reino de Deus chegou até vocês.”
E Jesus disse mais isto:
— Eu afirmo a vocês que, no Dia do Juízo, Deus terá mais pena de Sodoma do que daquela cidade!
Oração
Quando um homem de paz aceita hospedar dois dos discípulos de Jesus, ele abre as portas da cidade à mensagem de Jesus e possibilita que ali aconteçam milagres. O homem de paz acolhe a Palavra de Deus, e sua receptividade é capaz de transformar o que está à volta. Quando ele hospeda a Palavra, abre oportunidade para que doentes fiquem curados e sinaliza que ali está próximo o Reino de Deus.
A paz de Jesus repousa naquele que tem coração acolhedor. Ele acolhe a Palavra e percebe nela um instrumento de transformação social. A Palavra, então, anuncia para todos a salvação que vem do seguimento de Cristo. A Palavra cura aqueles que sofrem enfermidades físicas, psicológicas, espirituais e sociais.
A presença de Jesus em uma comunidade tem início a partir do “sim” de um homem de paz. E todos nós queremos essa presença, porque somente ela traz amor para um mundo dominado pelo ódio e sufocado pelo pecado. Apenas ela entrega esperança de felicidade e vida em abundância. Mas quem será esse homem de paz? Voltemos os olhos para a nossa vida, nossas atitudes e decisões para nos fazermos esta pergunta: sou eu um homem de paz? Sou eu uma mulher de paz?
Difícil dizer que somos inteiramente recheados de paz, porque a paz é graça e uma construção de cada dia. Mas certamente sabemos o que definitivamente não é de paz! E aí a nossa luta quer nos fazer cada dia mais distantes daquilo que não é de paz. Temos feito esse esforço de renunciarmos à violência, ao ódio, à opressão e a intolerância? O nosso comportamento e as nossas escolhas do dia a dia são compatíveis com alguém em que repousa a paz de Cristo?
Peçamos ao bom Deus a graça de participarmos de sua sabedoria. Que ela seja luz para os nossos difíceis dias, em que precisamos perseverantemente afirmarmos nosso caminho de paz, quando tantos lobos nos propõem alternativas de ódio e violência. Sejamos cristãos verdadeiramente imitadores de Cristo, um Cristo que nos fala de paz e que nos dá a paz.
Marcelo Camargos – Família Missionária Verbum Dei