“…Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!”.
4 de março de 2023Misericordiosos como o Pai
6 de março de 202305/03/2023 – Mt 17,1-9 – 2º Domingo da Quaresma
O seu rosto brilhou como o sol
Leitura. O que diz o texto?
Em seguida ao primeiro anúncio da paixão (Mt 16,21-23), onde Jesus fala da necessidade do enfrentamento do conflito e o “caminho da cruz” em Jerusalém, hoje ele parece querer “animar” os seus discípulos, levando-os para uma experiência que de certa forma antecipa sua glória, transfigurando-se sobre uma alta montanha.
Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?
Conforme a tradição bíblica, a montanha é o lugar do encontro com Deus e onde ele se manifesta. Assim foi com Moisés (Ex 20) e Elias (1Rs 19), dois personagens que estão no relato de hoje, representando a lei e os profetas. A Transfiguração é uma manifestação de Deus (teofania), que contém todos os elementos dos relatos dessas revelações no Antigo Testamento: luz, voz, montanha, nuvem, aparições, medo. O autor bíblico, ao relatar esses elementos muito presentes no imaginário do povo judaico, não quer simplesmente falar de um evento espetacular. A intenção é catequética; falar que Jesus é o Filho muito amado do Pai e nós, como discípulos e discípulas dele, necessitamos do alimento da sua Palavra. “…Escutai-o!”
Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?
Deus da luz; agradecemos porque, pela sua infinita bondade o Senhor transfigura os seus filhos e filhas, a começar pelo seu Filho amado. Muda a figura humana que estava deformada pelo pecado da injustiça e da falta de amor. Reanima nossa esperança no mundo novo, transfigurado, que há de vir.
Contemplação. O que o texto faz em mim?
Feche seus olhos… procure respirar com calma, lentamente. Comece a imaginar a cena do evangelho. Inclua-se entre os personagens, ao lado de Pedro, Tiago e João. Mas, ao contrário de Pedro, você não fala nada. Só contempla. Observe a imagem de Jesus, que é o “rosto da misericórdia do Pai”. Ao contemplar seu rosto, o que sente?… E agora, da nuvem luminosa sai uma voz: “este é meu Filho amado, escutem sempre o que ele diz…”
O que o texto me sugere a viver?
Fomos criados “à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,26). Numa sociedade onde os filhos e filhas de Deus têm a sua imagem humana desfigurada pela miséria e pela fome, vamos transfigurar essas imagens e assumir concretamente os compromissos da Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é: “Fraternidade e fome” com o lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).
Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*
*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Membro da Coordenação Colegiada Arquidiocesana da Pastoral Carcerária. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil.