Os discípulos encontram Jesus (Jo 1,45-51)
24 de agosto de 2013Guias cegos! (Mt 23, 13-22)
26 de agosto de 2013PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito de santidade,
alento divino que move o universo,
vem e renova a face da terra.
Suscita nos cristãos
o desejo da plena unidade,
para serem, verdadeiramente,
no mundo, sinal e instrumento
da íntima união com Deus
e da unidade do gênero humano.
Beato João Paulo II
(Fragmento[1])
(Cardeal Verdier)[2]
TEXTO BÍBLICO: Lucas 13.22-30
A porta estreita(Mateus 7.13-14,21-23)
22Jesus atravessa cidades e povoados, ensinando na sua viagem para Jerusalém. 23Alguém perguntou:
– Senhor, são poucos os que vão ser salvos?
[2]Breve resenha do Cardeal Verdier: http://heraldicaargentina.blogspot.com/2011/10/cardenales-en-el-congreso-eucaristico_07.html
Jesus respondeu:
24– Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.
25– O dono da casa vai se levantar e fechar a porta. Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: “Senhor nos deixe entrar!” E ele responderá: “Não sei de onde são vocês”. 26Aí vocês dirão: “Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou na nossa cidade”.27Mas ele responderá: “Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal”.28Quando vocês virem Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus e vocês estiverem do lado de fora, então haverá choro e ranger de dentes de desespero.29Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. 30E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.
1. LEITURA
Que diz o texto?
P. Daniel Kerber
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
O que perguntam a Jesus pelo caminho? Qual é a entrada que se deve utilizar? Por que se deve entrar prontamente na casa? Quem são os chamados a sentar-se à mesa do Reino?
ü Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
Jesus está em seu caminho rumo a Jerusalém (cf. 9.51) e continua a ensinar a seus discípulos e ao povo. Desta vez, o ensinamento dá-se a partir de uma pergunta que lhe fazem: “São poucos os que vão ser salvos?” (v. 23).
A passagem tem uma introdução que faz alusão à viagem a Jerusalém (v. 22) e à pergunta dirigida a Jesus (v. 23). Em seguida, vem a resposta de Jesus, na qual podemos ver três partes: a exortação a entrar pela porta estreita (v. 24), a imagem d Reino como uma casa em que se celebra um banquete do qual participam pessoas vindas de todos os cantos (vv. 25-29) e a inversão de situações no Reino (v. 30).
Jesus não responde diretamente à pergunta se são poucos os que se salvam. A pergunta aponta para a quantidade: “serão poucos…?”; Jesus, porém, responde referindo-se à atitude necessária para alcançar a salvação. Jesus já havia sido apresentado como “Salvador” (Lc 2.11); agora dá outras chaves sobre como entrar no caminho desta salvação.
Jesus oferece a primeira chave através de uma imagem: “Façam tudo para entrar pela porta estreita”. O “fazer tudo”, o “entrar” e a “porta estreita” são imagens que indicam o esforço, a entrega, o não ficar parado, a fim de seguir o Senhor e ter acesso à salvação que ele nos traz. Não significa que a salvação seja o resultado de nosso esforço: Jesus é o salvador. No entanto, ele nos convida também a participar, com nossa liberdade, nossa vontade e trabalho, desta salvação que nos oferece.
Em seguida, ele continua com outra imagem: “O dono da casa vai se levantar e fechar a porta”. Isto indica que o tempo de entrar também tem seu fim: não se pode esperar, é preciso esforçar-se agora. O tempo presente é o único que temos para corresponder ao chamado. E neste caminho de salvação de nada valem as coisas externas: “Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou na nossa cidade” (v. 26); o que conta é a fé que se traduz em obras, que justamente faltam a estes que batem à porta e, por isso, são chamados de “agentes (os que praticam) de injustiça”. Entre estas coisas externas, pode estar a pertença a determinado grupo que pretende “ter” o Senhor. Contudo, não é pela pertença externa que se tem acesso ao Reino; é necessário o compromisso de cada um, pois pela a porta estreita não se passa de montão.
No versículo final (v. 30) se mostra outro dos paradoxos do Reino, quando se diz: “E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”. Provavelmente Jesus estava-se referindo aos judeus que foram convidados por primeiro a participar, mas que não estavam acolhendo, em comparação com os cristãos, convidados de segunda hora. No entanto, para nós, pode-se ver que o sentido é que os que pretendem ter assegurada a salvação (os primeiros) não são considerados primeiros a partir das pautas do Reino; em contrapartida, os “segundos” podem encontrar mais espaço.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Entrar pela porta estreita exige trabalho, compromisso e um espírito verdadeiramente solidário, que ajude a construir o Reino de Deus na terra. Meditemos as palavras do Papa Francisco:
“Eu gostaria de fazer um apelo aos que têm mais recursos, aos poderes públicos e a todos os homens de boa vontade comprometidos com a justiça social: que não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais solidário. Ninguém pode permanecer indiferente diante das desigualdades que ainda existem no mundo. Que cada um, segundo suas possibilidades e responsabilidades, ofereça sua contribuição para pôr fim a tantas injustiças sociais. Não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que muitas vezes regulam nossa sociedade, a que constrói e leva a um mundo mais habitável, e sim uma cultura da solidariedade; não ver no outro um concorrente, e sim um irmão”.[1]
Agora perguntemo-nos:
Que relação você descobre entre a “salvação” e a “porta estreita?” Que coisas estão separando você da Casa do Pai? Quais são as atitudes que o ajudam a entrar prontamente?
[1]http://m.noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2013/07/27/papa-apoia-a-luta-dos-indignados-do-brasil.htm
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Seguindo o conselho de nosso beato João Paulo II de comprometer-nos com a paz como elemento de salvação, unamo-nos também ao querer de São Francisco de Assis:
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando é que se é perdoado
e é morrendo, que se vive para a vida eterna!
Amém!
São Francisco de Assis
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Senhor, andar a teu lado é aprender mais a respeito de teu amor; por isso:
“Quero conhecer-te e caminhar em tua salvação”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
“O verdadeiro ensinamento que transmitimos é o que vivemos;
e somos bons pregadores quando colocamos em prática o que dizemos”
São Francisco de Assis
“Chaves de Lectio Divina para Jovens”
CELAM/CEBIPAL – SOCIEDADES BÍBLICAS UNIDAS