“Até nos lugares mais distantes do mundo todos viram a vitória do nosso Deus”.
13 de outubro de 2019“Ele fica perto dos que estão desanimados e salva os que perderam a esperança”.
27 de outubro de 2019PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito Santo, manifesta-te uma vez mais.
Espírito Santo, dá-me um coração que escute.
Espírito Santo, unge-me com teu perfume inconfundível.
Espírito Santo, faze-me experimentar meu batismo
e envia-me a levar tua Palavra neste mês missionário.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Lc 18.1-8
A viúva e o juiz
1Jesus contou a seguinte parábola, mostrando aos discípulos que deviam orar sempre e nunca desanimar:
2 — Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava ninguém. 3Nessa cidade morava uma viúva que sempre o procurava para pedir justiça, dizendo: “Ajude-me e julgue o meu caso contra o meu adversário!”
4 — Durante muito tempo o juiz não quis julgar o caso da viúva, mas afinal pensou assim: “É verdade que eu não temo a Deus e também não respeito ninguém. 5Porém, como esta viúva continua me aborrecendo, vou dar a sentença a favor dela. Se eu não fizer isso, ela não vai parar de vir me amolar até acabar comigo.”
6E o Senhor continuou:
— Prestem atenção naquilo que aquele juiz desonesto disse. 7Será, então, que Deus não vai fazer justiça a favor do seu próprio povo, que grita por socorro dia e noite? Será que ele vai demorar para ajudá-lo? 8Eu afirmo a vocês que ele julgará a favor do seu povo e fará isso bem depressa. Mas, quando o Filho do Homem vier, será que vai encontrar fé na terra?
1. LEITURA
Que diz o texto?
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
1. Que ensinamento Jesus quer transmitir com esta parábola?
2. Como é o juiz da parábola?
3. O quê e como a viúva pede ao juiz?
4. O que faz o juiz no final?
5. Que lição Jesus dá ao comparar a atitude do juiz com a de Deus?
ü Algumas pistas para compreender o texto:
A finalidade ou mensagem da parábola é clara, porquanto o evangelista no-la revela desde o começo: “Jesus contou a seguinte parábola, mostrando aos discípulos que deviam orar sempre e nunca desanimar”. As personagens da parábola estão bem caracterizadas. Em primeiro lugar, temos um juiz que tem todo o poder, mas que carece da mais elementar consciência moral. Diz o texto que “não temia a Deus e não respeitava ninguém”, ou seja, que ignora os dois mandamentos principais: o amor a Deus e ao próximo.
Em seguida, temos uma viúva que vive na mesma cidade. Para a Bíblia, a viúva, juntamente com o órfão, são símbolos das pessoas que se encontram sozinhas, desprotegidas, pois não tendo marido ou pai, não têm quem os defenda e proteja. Ademais, a mulher não tinha direito a nenhuma herança, pois se o marido falecia, seus bens ficavam em poder da família do esposo, e ela devia voltar à casa paterna. E se não tinha familiares, ficava à mercê da ajuda de seus conhecidos ou da esmola da pessoas. E, por isso mesmo, Deus ocupa-se preferencialmente com eles e manda que se faça a mesma coisa (cf. Êx 22.21; Dt 10.18; Jr 22.3).
Voltando à parábola, observemos que a viúva toma a iniciativa de pedir justiça ao juiz de modo repetido. O pedido “julgue o meu caso contra o meu adversário” inclui tanto o castigo do culpado quanto a reparação do dano provocado.
Durante muito tempo, o juiz “não quis” julgar o caso da viúva. Sem motivos nem causa, ignorou-a completamente. Contudo, a seguir, refletiu, “disse a si mesmo” que era melhor atender ao pedido da viúva para que não continue a importuná-lo. Fica evidente que sua motivação é puramente egoísta, mas, no final, faz justiça. E assim termina a parábola, pressupondo um final feliz para a narrativa onde a viúva recebe o que pedia insistentemente ao juiz.
Retenhamos que, para além das questões jurídicas da época e da motivação do juiz, o nó do relato está em que, diante de tanta insistência da viúva, este juiz injusto finda por fazer-lhe justiça.
O comentário de Jesus, no final, especifica claramente o alcance deste exemplo ou parábola: se um juiz injusta termina por fazer justiça diante de tanta persistência da viúva, quanto mais Deus, que é bom e sumamente justo, não fará justiça aos seus eleitos que “gritam por socorro dia e noite”.
O que o Senhor me diz no texto?
Os temas da fé e da oração de súplica, com sua íntima relação, parecem ser dominantes no evangelho deste domingo. De fato, quem reza, pede, suplica é, principalmente, aquele que acredita. Por isso, a oração de súplica é expressão de nossa fé. Quem persevera na oração, persevera na fé. Quem abandona a oração, cedo ou tarde, sentirá um enfraquecimento de sua fé.
Por isso, Jesus pede-nos que acreditemos nele, que sempre nos escuta; e que confiemos em Deus, que nos responderá a seu tempo, se soubermos orar sem desfalecer.
A viúva da parábola insiste, apesar da falta de resposta. Nossa súplica deve ser perseverante, não obstante a demora da resposta, a despeito do silêncio de Deus.
J. Lafrance comenta o versículo de Lc 18.7 (“Será, então, que Deus não vai fazer justiça a favor do seu próprio povo, que grita por socorro dia e noite?”), que lemos hoje, da seguinte maneira: “ Nós clamamos a Deus dia e noite na duração e no tempo; ele responde no instante, que é equivalente à eternidade. Aí estão o teste e o combate da oração. Por isso, Deus quer que oremos sem cessar e sem jamais esmorecer… Se é preciso orar sempre, sem cansar-se, não é tanto para obter o que já recebemos, mas para conservar a chama, tal qual o azeite alimenta a lâmpada”.
O Papa Francisco, por sua vez, na homilia do dia 16 de outubro de 2016, comenta este mesmo versículo dizendo: “Eis o mistério da oração: grita, não te canses e, se te cansares, pede ajuda para manteres as mãos erguidas. Esta é a oração que Jesus nos revelou e deu no Espírito Santo. Rezar não é refugiar-se num mundo ideal, não é evadir-se numa falsa tranquilidade egoísta. Pelo contrário, rezar é lutar e deixar que o próprio Espírito Santo reze em nós. É o Espírito Santo que nos ensina a rezar, guia na oração e faz rezar como filhos”.
J. Lafrance, para explicar quem lhe ensinou a orar sem desfalecer, conta a história de um jovem grego que se retirou para o deserto sozinho, a fim de pôr em prática as palavras de Jesus: “É preciso orar sempre, sem desanimar”. Passava o dia serenamente a rezar, mas ao cair da noite, invadia-o o medo; então, recorria mais fortemente à oração. Em seguida, assaltavam-lhe a fome e a sede, e começava a rezar pedindo o alimento de cada dia, enquanto saía a buscá-lo. Também era acometido frequentemente por tentações de todo tipo, razão por que se submergia mais intensamente na oração de Jesus. Ao cabo de 14 anos, alguns amigos vão vê-lo e comprovam que está sempre orando. Então lhe perguntam: “Que te ensinou a oração contínua?” E o jovem responde: “Simplesmente, os demônios”. Nas palavras do próprio J. Lafrance: “As provações, as angústias, os sofrimentos e os perigos é que fazem nascer a perseverança, a qual nos impulsiona para a oração incessante”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
1. Sou perseverante em minha oração, ou abandono-a logo?
2. Tenho experiência de ter pedido algo a Deus durante muito tempo e que, no final, me foi concedido?
3. Reconheço que a qualidade ou a força de minha fé se expressam na oração?
4. O que mais me dificulta perseverar na oração?
5. O que me ajuda a manter-me na presença de Deus e a perseverar na oração?
O que respondo ao Senhor que me fala no texto?
Obrigado, Jesus, por me escutares, sempre.
Ajuda-me a perseverar, mesmo que me custe.
Ilumina-me para acreditar e esperar em ti.
Sei que queres o melhor para mim e em teus tempos.
Dá-me ouvidos abertos para escutar
o que tens a dizer-me.
Põe em meu coração as palavras justas
para que eu seja constante em nosso diálogo
e encontre na oração a força para viver dia após dia.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Jesus, ajuda-me a ser perseverante na intimidade contigo”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, proponho-me perseverar na oração, todos os dias, intercedendo por uma pessoa ou determinada situação.
“O homem não pode viver sem orar, do mesmo modo que não pode viver sem respirar”.
São João Paulo II