Felizes os que ouvem a Palavra de Deus – Lucas 11, 27-28
11 de outubro de 2014Aqui está quem é maior que Salomão
13 de outubro de 2014PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
“Espírito Santo, és a alma de minha alma, adoro-te humildemente.
Ilumina-me, fortifica-me, guia-me, consola-me.
E na medida em que corresponder ao plano eterno, Deus Pai, revela-me teus desejos.
Dá-me conhecer o que o Amor eterno deseja de mim.
Dá-me conhecer o que devo realizar.
Dá-me conhecer o que devo sofrer.
Dá-me conhecer o que com silenciosa modéstia e em oração,
devo aceitar, carregar e suportar.
Sim, Espírito Santo, dá-me conhecer tua vontade e a vontade do Pai.
Pois durante toda a minha vida outra coisa não quero ser
Senão um contínuo e perpétuo Sim aos desejos e ao querer do eterno Deus Pai”. [1]
TEXTO BÍBLICO: Mateus 22.1-14
A festa de casamento
Lucas 14.15-24
1De novo Jesus usou parábolas para falar ao povo. Ele disse:
2— O Reino do Céu é como um rei que preparou uma festa de casamento para seu filho. 3Depois mandou os empregados chamarem os convidados, mas eles não quiseram vir. 4Então mandou outros empregados com o seguinte recado: “Digam aos convidados que tudo está preparado para a festa. Já matei os bezerros e os bois gordos, e tudo está pronto. Que venham à festa!”
5— Mas os convidados não se importaram com o convite e foram tratar dos seus negócios: um foi para a sua fazenda, e outro, para o seu armazém. 6Outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. 7O rei ficou com tanta raiva, que mandou matar aqueles assassinos e queimar a cidade deles. 8Depois chamou os seus empregados e disse: “A minha festa de casamento está pronta, mas os convidados não a mereciam. 9Agora vão pelas ruas e convidem todas as pessoas que vocês encontrarem.”
10— Então os empregados saíram pelas ruas e reuniram todos os que puderam encontrar, tanto bons como maus. E o salão de festas ficou cheio de gente. 11Quando o rei entrou para ver os convidados, notou um homem que não estava usando roupas de festa 12e perguntou: “Amigo, como é que você entrou aqui sem roupas de festa?”
— Mas o homem não respondeu nada. 13Então o rei disse aos empregados: “Amarrem os pés e as mãos deste homem e o joguem fora, na escuridão. Ali ele vai chorar e ranger os dentes de desespero.”
14E Jesus terminou, dizendo:
— Pois muitos são convidados, mas poucos são escolhidos.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Padre Daniel Kerber
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
A quem foram enviados os empregados? O que aconteceu com os empregados do Rei quando foram enviados pela segunda vez? Qual foi a reação do rei ao inteirar-se dos maus-tratos que sofreram seus empregados? No final, quem entrou para o banquete? Quantos são chamados e quantos são escolhidos?
Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
A parábola de hoje desenvolve o convite para as bodas do filho de um rei. Por duas vezes o rei envia empregados a convidar para as núpcias, e nas duas vezes recebe respostas negativas (vv. 3-5); o rei fica muito irritado e manda castigar os que desprezaram seu filho (v. 7); em seguida, envia novamente os empregados a convidar “todas as pessoas que encontrarem”, de modo que a sala do banquete fique cheia (vv. 8-10). Ao entrar, o rei vê alguém que não estava usando a roupa de festa e o manda expulsar (vv. 11-14).
Mais uma vez, falando com as autoridades judaicas, Jesus repreende-as, através de uma parábola, por não terem recebido os mensageiros que Deus lhes havia enviado para fazê-las participar do reino. A repetição do assunto da parábola anterior (Mt 21.33-43) indica, por um lado, a importância não somente do tema da rejeição dos judeus à mensagem de Jesus, mas também a da questão de dar-se conta de sua rejeição e de abrir-se à fé; por outro, manifesta a dureza de coração do povo que teima em fechar-se à mensagem da salvação.
A dureza do povo não fecha as portas da bondade do rei mas as abre para outras pessoas, como o comenta Paulo na Carta aos Romanos: “Mas, porque eles pecaram, a salvação veio para os não-judeus, para fazer com que os judeus ficassem com ciúmes deles. O pecado dos judeus trouxe grandes bênçãos para o mundo, e a sua pobreza espiritual trouxe ricas bênçãos para os não-judeus. Então, quando se completar o número de judeus que voltarão para Deus, as bênçãos serão muito maiores ainda” (11.11-12).
O final da parábola surpreende-nos: o rei, ao encontrar alguém sem a roupa de veste, manda lançá-lo onde haverá “choro e ranger de dentes de desespero”. Como podemos entender tal atitude? Naturalmente não poderia ter roupa de festa se vinha “das ruas” (v. 9).
Havia uma tradição segundo a qual aquele que oferecia o banquete fornecia roupa de festa aos convidados, de modo que quando estes entravam, estavam vestidos de festa com a roupa oferecida. Este convidado havia chegado ali, entrara, mas não quisera vestir a roupa que lhe fora oferecida; não quis receber o presento da roupa de bodas, desonrando, assim, o rei e as bodas de seu filho.
Uma vez mais, a mensagem não é tanto de condenação por não estar vestido, mas um convite à vestir-se com o traje que nos é dado, como diz novamente Paulo na Carta aos Romanos: “Mas tenham [revistam-se de] as qualidades que o Senhor Jesus Cristo tem e não procurem satisfazer os maus desejos da natureza humana de vocês” (Rm 13.14).
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
O Papa Francisco, na missa matutina da sexta-feira, 6 de setembro de 2013, recordou a parábola do filho do rei e fez a seguinte reflexão:
(Mt 22, 1-14; Lc 14, 16-24). «Algumas pessoas – recordou – estavam tão ocupadas nos assuntos da vida que não puderam ir à festa. E o Senhor, o rei, disse: ide às encruzilhadas dos caminhos e levai todos, viajantes, pobres, doentes, leprosos e também os pescadores, levai todos. Bons e maus. Todos são convidados para a festa. E a festa começou. Mas depois o rei olhou para um que não usava a veste nupcial. Certamente, vem-nos a pergunta: “Padre, mas como: foram trazidos das encruzilhadas das estradas e depois pedem-lhes a veste nupcial? O que significa isto?”. É muito simples: Deus pede-nos só uma coisa para entrarmos na festa, a totalidade». O Papa Francisco explicou: «O esposo é o mais importante; ele preenche tudo.…
Esta imagem faz-nos compreender, continuou o Santo Padre, que ele é «tudo», é «único»: é «o único esposo». E por conseguinte se a primeira atitude do cristão «é a festa, a segunda – frisou – é reconhecê-lo como único. E quem não o reconhece não possui a veste para ir à festa, para ir ao casamento». Se Jesus nos pede este reconhecimento é porque ele como esposo «é fiel, sempre fiel. E pede-nos a fidelidade». Não se pode servir dois senhores: «Ou servimos ao Senhor – recordou o Papa – ou servimos ao mundo».
Portanto, é esta «a segunda atitude cristã: reconhecer Jesus como o todo, como o centro, a totalidade», mesmo se existir sempre a tentação de rejeitar esta «novidade do evangelho, este vinho novo». Por isso, é necessário acolher a novidade do evangelho, porque «os odres velhos não podem conter o vinho novo». Jesus é o esposo da Igreja, que ama a Igreja e que dá a sua vida pela Igreja. Ele organiza uma grande «festa de núpcias. Jesus – concluiu – pede-nos a alegria da festa. A alegria de ser cristão». Mas pede-nos também para sermos totalmente seus; contudo se mantivermos atitudes ou fizermos algo que não está em sintonia com este sermos totalmente seus, «não acontece nada: arrependamo-nos, peçamos perdão e vamos em frente», sem nos cansarmos de «pedir a graça de sermos alegres». [2]
Agora perguntemo-nos:
Jesus é a “totalidade” de minha vida? Como devo preparar-me para aceitar o convite ao banquete? Onde podemos reconhecer a voz de Deus que nos convida para a festa? Que roupa o Senhor nos dá para participar do banque de núpcias?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Senhor, tu nos convidas ao banquete do Reino,
insistes uma e outra vez.
Quantas vezes ficamos surdos a teus chamados!
Quantas vezes desprezamos tuas palavras e aqueles que as comunicam a nós!
Aqui estamos, outra vez, diante de ti,
ouvindo-te novamente.
Abre nossos corações, dá-nos ouvidos de discípulo.
Que vivamos a alegria de saber-nos chamados para tua festa.
Prepara-nos com a melhor roupa de tua palavra que nos cura,
da escuta sincera,
de teu corpo e sangue que se entregam e do amor que se faz ação;
a roupa de teu perdão que nos restaura e a do serviço aos mais pobres.
Amém.[3]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Estamos alegres, Senhor, por sentir-nos convidados ao teu banquete
e por sabermos que sempre tens uma roupa nova para oferecer-nos.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Esta semana serei um dos empregados enviados pelo rei a convidar meus amigos para o banquete da Eucaristia.
“A Eucaristia é um banquete no qual comemos com Cristo, comemos Cristo e somos comidos por Cristo.”
[1] Oração escrita por Padre José Kentenich, sacerdote católico alemão, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt.
[2]http://www.news.va/pt/news/a-graca-da-alegria.
[3] Padre Daniel Kerber: doutor em teologia, pároco e consultor de traduções das Sociedades Bíblicas Unidas.