“Pois o Senhor dirige e abençoa a vida daqueles que lhe obedecem.”
17 de fevereiro de 2019“Ó Senhor Deus, como é bom dar-te graças!
3 de março de 2019PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito Santo, acompanha-me neste encontro com Jesus
que me fala em sua Palavra.
Espírito Santo, unge-me para que a alegria da Boa Notícia toque meu coração.
Espírito Santo, ajuda-me para que possa traduzir o evangelho em vida.
Espírito Santo, reúne-me com meus irmãos
para que, juntos, possamos sair a proclamar que Jesus está vivo.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Lc 6.27-36
Amar os inimigos
Mateus 5.38-48
27 — Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: amem os seus inimigos e façam o bem para os que odeiam vocês. 28Desejem o bem para aqueles que os amaldiçoam e orem em favor daqueles que maltratam vocês. 29Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também. Se alguém tomar a sua capa, deixe que leve a túnica também. 30Dê sempre a qualquer um que lhe pedir alguma coisa; e, quando alguém tirar o que é seu, não peça de volta. 31Façam aos outros a mesma coisa que querem que eles façam a vocês.
32 — Se vocês amam somente aqueles que os amam, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama amam as pessoas que as amam. 33E, se vocês fazem o bem somente para aqueles que lhes fazem o bem, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama fazem isso. 34E, se vocês emprestam somente para aqueles que vocês acham que vão lhes pagar, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama emprestam aos que têm má fama, para receber de volta o que emprestaram. 35Façam o contrário: amem os seus inimigos e façam o bem para eles. Emprestem e não esperem receber de volta o que emprestaram e assim vocês terão uma grande recompensa e serão filhos do Deus Altíssimo. Façam isso porque ele é bom também para os ingratos e maus. 36Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês.
1. LEITURA
Que diz o texto?
* Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
1. O que Jesus pede que façamos com nossos inimigos, com as pessoas que nos odeiam, maldizem e maltratam?
2. E com os que nos pedem ou reclamam algo?
3. O que distingue o amor dos cristãos do amor dos pecadores?
4. O que os cristãos esperam receber em troca por amar assim?
5. Em que nós, cristãos, devemos imitar Deus Pai?
* Algumas pistas para compreender o texto:
Mons. Damian Nannini1
Esta parte do “sermão da planície” do evangelho de Lucas contém uma série de exigências éticas que Jesus apresenta em torno da relação com o próximo, com os demais. Os verbos estão no imperativo e, portanto, têm um valor de exigência ou mandato para quem quer viver como cristão, como discípulo de Jesus e filho do Pai.
A ênfase recai na novidade do agir cristão que supera a conduta natural e espontânea. Em concreto, Jesus propõe amar também os inimigos, e este amor se expressa fazendo o bem aos que nos odeiam, bendizendo-os e orando por eles. Em seguida, vêm três exemplos de gestos fraternos que ultrapassam a obrigação, convidando a não retribuir o mal recebido, oferecendo a outra face e dando a todo aquele que nos pede algo, sem reclamar devolução. Esta subseção das exigências éticas cristãs se conclui com uma “regra de ouro” que as sintetiza:
“Façam aos outros a mesma coisa que querem que eles façam a vocês” (6.32).
Segue-se uma tríplice comparação com o amor “natural” ou espontâneo dos homens “pecadores” que somos, cuja função é ressaltar o específico do amor cristão que supera a tendência natural, pois exige sacrifício e entrega, razão por que tem mérito diante de Deus. Esta subseção se conclui com uma dupla sentença.
Na primeira, recapitula-se o mandato do amor cristão em três ações: amor aos inimigos, fazer o bem e emprestar sem esperar que devolvam; vem acompanhada de uma dupla motivação: receber uma grande recompensa da parte de Deus e ser filhos de Deus, cujo amor às pessoas é imitado, “porque ele é bom também para os ingratos e maus”.
A segunda sentença conclusiva, com o convite a ter “misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês” (6.36), dá-nos a motivação e a razão última para o mandato de amar os inimigos e de fazer o bem aos que nos ofendem: imitar o amor misericordioso do Pai. O cristão, o discípulo de Cristo, não pode contentar-se com um amor natural ou espontâneo que ama somente aos que o amam, que dá somente aos que podem devolver. Jesus pede que amemos como o Pai ama, com misericórdia, ou seja, olhando a necessidade dos demais, acima de seus méritos ou de suas possibilidades de retribuir-nos.
O que o Senhor me diz no texto?
O evangelho de hoje nos convida a meditar sobre o fundamento e a motivação de nosso modo de agir com os outros. Poderíamos formular a pergunta da seguinte maneira: a quem imito quando ajo? Ou ainda, de que modo sou amado e por isso amo assim os outros? Porque é bem verdadeiro o dito: “As crianças não fazem tanto o que lhes mandamos, mas o que nos veem fazer”. Isto é, muitas de nossas condutas aprendidas são consequência da “imitação”.
Pois bem, Jesus pede-nos que imitemos a Deus, que amemos como ele ama. E Jesus ensina-nos que Deus, o Pai, ama a todas as pessoas porque todos os seres humanos são seus filhos, ou são chamados a sê-lo. Não somente ama os bonzinhos “porque ele é bom também para os ingratos e maus” (6.35).
Para Jesus, o que define Deus Pai é a misericórdia; e convida-nos a sermos misericordiosos como ele o é. Ou seja, assim como experimentamos o amor misericordioso do Pai em nossas vidas porque nos ama, embora não o mereçamos e nem possamos corresponder; assim os cristãos devemos amar as demais pessoas.
Na prática, amar a todos, inclusive os inimigos, parece impossível; contudo, é o caminho que temos de animar-nos a percorrer, porque Jesus no-lo indicou. Assim o explicava o Papa Francisco, ao convocar o ano da misericórdia: “O evangelista refere o ensinamento de Jesus, que diz: ‘Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso’ (Lc 6, 36). É um programa de vida tão empenhativo como rico de alegria e paz. O imperativo de Jesus é dirigido a quantos ouvem a sua voz (cf. Lc 6.27). Portanto, para ser capazes de misericórdia, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus. Isso significa recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra que nos é dirigida. Deste modo, é possível contemplar a misericórdia de Deus e assumi-la como próprio estilo de vida. […] Na Sagrada Escritura, como se vê, a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para conosco. Ele não se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável. Aliás, o amor nunca poderia ser uma palavra abstrata. Por sua própria natureza, é vida concreta:
intenções, atitudes, comportamentos que se verificam na atividade de todos os dias. A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-se responsável, isto é, deseja o nosso bem e quer ver-nos felizes, cheios de alegria e serenos. E, em sintonia com isto, se deve orientar o amor misericordioso dos cristãos. Tal como ama o Pai, assim também amam os filhos. Tal como ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros” (Misericordia Vultus, nº 9 e 13).
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
1. Com quem me relaciono, com todos ou somente com os que me são simpáticos?
2. Tenho inimigos? Que atitudes tenho para com eles?
3. Ajudo somente os que me retribuirão ou também aqueles que nunca poderão fazê-lo?
4. Já experimentei o amor misericordioso do Pai em minha vida?
5. Recordo sempre que primeiramente Deus teve misericórdia de mim e que, por isso, devo ter misericórdia com meu próximo?
O que respondo ao Senhor que me fala no texto?
Obrigado, Jesus, por tua vida e teu agir.
Obrigado por convidar-me a viver com tu.
Ajuda-me para que possamos olhar juntos para meus vínculos.
Cada vez mais quero que sejas aquele que guia meus gestos e atitudes.
Desperta-me quando me deixar levar pela conveniência;
que eu saiba dar sem esperar nada em troca.
Faze com que sempre me acompanhem tua ternura e tua misericórdia.
Que ao agir, possa levar aos fatos tuas palavras.
E assim, no cotidiano, já não haverá inimigos, mas irmãos.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Jesus, que eu possa tratar os outros como desejo que me tratem”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, proponho-me realizar um gesto concreto com alguém que me é difícil, dando eu o primeiro passo.
“Deus não vai perguntar-te quantos livros leste, nem quantos milagres fizeste. Perguntará se fizeste o melhor possível por amor a ele. Teu trabalho é que dará testemunho de teu amor”.
Santa Madre Teresa de Calcutá