A lâmpada “é para ser posta sobre o candeeiro”
27 de janeiro de 2022“Quem é este, que até o vento e mar lhe obedecem?
29 de janeiro de 2022Leitura Orante de 28 de janeiro de 2022. – Texto: Mc 4,26-34.
“Com o que ainda podemos comparar o Reino de Deus?…É como um grão de mostarda, que ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes”.
Antes de iniciar a Leitura orante de hoje vamos aquietar o coração. Para isso vamos nos concentrar em sons que nos circundam. Perceba cada som, cada momento de silêncio que por acaso exista entre eles. Fique uns instantes, talvez um a dois minutos nesse exercício de concentração.
A leitura orante tem por objetivo facilitar um encontro entre quem ora e o Senhor. Para isso se utiliza passos. Para isso inicia-se invocando a Trindade santa e o Espírito Santo.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Invoque o Espírito santo que age em nós, em nosso coração, em nossa inteligência, para que nos abramos à mensagem do Senhor em seu Evangelho. Como, por exemplo, no canto “Conheço um coração”, do Padre Joãozinho.
“Jesus, manda teu Espírito, para transformar meu coração. / Jesus, manda teu Espírito, para transformar meu coração”.
O texto de hoje continua o que foi rezado ontem, e ainda é Jesus falando aos seus discípulos reunidos a sua volta (Mc 4,10).
1- Leitura: o que o texto diz?
A leitura é a base da Lectio Divina. Conhecer o texto é fundamental para todos os passos seguintes. Vamos realizar duas leituras.
Primeira leitura: Ler em voz alta, pausada, o texto de Mc 4,26-34
Segunda Leitura: ler, silenciosamente, prestando atenção em detalhes do que é narrado.
No texto de hoje apenas Jesus fala a seus discípulos. Começa sempre com a introdução: “Jesus dizia-lhes”.
2- Meditação: o que o texto me diz?
A impressão que o texto causa em cada pessoa depende não só do texto, mas também de como a pessoa que recebe ou lê o texto está no dia, o que ela vive no momento da leitura. Por isso, o mesmo texto, em dias diferentes, pode nos dizer coisas muito distintas.
O que o texto me diz? Essa é a pergunta do passo da meditação. Mas há formas de perceber o que o texto me diz. Pode ser pela impressão de uma palavra do texto, de um versículo ou trecho que me chamou a atenção. Deste modo posso ver o que me destaca, me chamou a atenção no texto, e porque me chamou a atenção. Posso, também, interrogar o texto, para que se deixe interpelar por ele, e ver o que ele me diz. Por exemplo:
As duas parábolas tem como tema o Reino de Deus. Como o Reino de Deus não é um reino humano, Jesus precisava falar dele de um modo que o povo pudesse compará-lo com alguma coisa. E, como o povo tinha muita experiência de trabalho agrícola, Jesus se vale dela para fazer comparações compreensíveis a todos.
Na primeira parábola esse reino é comparado a alguém que lança uma semente. Portanto é comparado a um agricultor. Isto lhe diz alguma coisa? A seguir, Jesus diz que esse agricultor semeou uma semente. E, não importa se esse agricultor dorme ou esteja acordado, a semente cresce. E ele não sabe como isso ocorre. Isto lhe diz algo?
Jesus afirma que “por si mesma a terra produz o fruto”, e o faz numa sequência: primeiro a planta, depois a espiga, e por último, o grão que enche a espiga. Esta narrativa lhe diz alguma coisa? Por fim, o agricultor, volta à cena, e no momento da colheita, com o fruto maduro, ele mete a foice. O que isto diz a você?
Na segunda parábola, também a narrativa começa com duas perguntas de Jesus, sobre com o que ele poderia comparar o Reino. Ele o faz, novamente, usando imagem agrícola. Começa a narrar a parábola perguntando “Com que, ainda, podemos comparar o Reino de Deus?”. Por que era necessário comparar o Reino de deus com alguma coisa? O que isto lhe diz? Jesus responde a sua própria pergunta, comparando o Reino de Deus a uma semente de mostarda, que diz ser a menor semente da terra. Por acaso, isto lhe diz alguma coisa?
Finalmente Jesus fala da mostarda já crescida, planta na qual podem se abrigar pássaros que nela ficam à sua sombra. O que isto lhe diz? Nos versículos 33 e 34 há um comentário do autor, que afirma que Jesus falava aos seus discípulos em parábolas, mas quando a sós com eles, ele lhes explicava as parábolas. Isto lhe diz algo?
3- Contemplação: o que o texto me faz sentir, experienciar?
No terceiro passo, o da contemplação, é momento de silenciar. De deixar que Deus fale em nossos sentimentos, dentro de cada pessoa, seja na intuição sobre o que se meditou, leu, ou seja em nossa mente, nossa inteligência, nossos desejos e nossa vontade.
É no silêncio que podemos escutar mais profundamente a voz do Senhor. Nele podemos receber sementes de sua vontade na nossa vontade, em nosso sentir.
Silêncio.
Se desejar, entre na cena. Contemple-a. Veja os personagens, hoje só Jesus, as falas. Observe como Ele fala. Contemple. Ele pode falar algo aos seus sentimento profundos.
4- Oração: o que respondemos a Deus?
No quarto passo respondemos a tudo que o Senhor no falou através do texto lido, meditado, contemplado.
Agora você é o orador. É você é quem fala com Deus. Diga-lhe do que lhe vai ao coração. Sejam suas descobertas na leitura, na meditação. Seja gratidão, preocupações, pedidos, louvor, alegrias, tristezas, desejos, expectativas, recordações ou projetos. Fale como a um amigo, de coração aberto, sincero e transparente.
5- Ação: o que o texto lhe compromete, lhe convida a agir?
O Evangelho é algo que nos chama à conversão, isto é, a uma mudança, uma mudança de vida, do agir. A Palavra de Deus é capaz de nos transformar. Ela os fez com os discípulos que seguiram a Jesus e foram capazes de dar testemunho com a vida da transformação que o Evangelho lhes causou. Uma multidão de pessoas foi transformada com o Evangelho de Jesus Cristo. Ainda hoje ele possui essa capacidade de nos mudar, nos fazer homens e mulheres novas em Cristo.
Evangelho vivo, a Palavra de Deus nos questiona sobre como estamos vivendo. Nos chama a um compromisso concreto. Nos chama a viver a boa notícia dos ensinamentos de Jesus, de seu chamado à salvação.
O que este texto lhe chama a agir, a se comprometer na vida de fé, de família, na vida da comunidade, da sociedade, no trabalho, estudo, etc.?
Oração final: Pode-se terminar com uma oração espontânea, que tenha esses textos de parábolas como inspiração, ou com um agradecimento ao Espírito Santo pela oração, ou à Trindade Santa.
Marco Antonio Tourinho – teólogo leigo.