“Ele viu e acreditou”- (João 20, 2-8) – São João, apóstolo e evangelista
27 de dezembro de 2013Vida escondida em Deus (Lc 2, 36-40)
30 de dezembro de 2013“Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José, e lhe disse: ‘Levante-se, pegue o menino e a mãe dele, e fuja para o Egito! Fique lá até que eu avise. Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo.’
José levantou-se de noite, pegou o menino e a mãe dele, e partiu para o Egito. Aí ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito por meio do profeta: ‘Do Egito chamei o meu filho.’
Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território ao redor, de dois anos para baixo, calculando a idade pelo que tinha averiguado dos magos.
Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias: ‘Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais.’”
Nestes dias, somos convidados a contemplar o recém-nascido Menino Jesus no presépio. Mas nem tudo são luzes e ternura neste quadro. Desde pequenino, Jesus foi submetido à ambiguidade e contradição do coração humano. Aqui aparece a oposição entre a obediência pronta de José, mesmo no escuro – “Levantou-se de noite” – e a sede de poder a qualquer custo de Herodes.
A crueldade deste é tamanha que nos repugna. Ao fazer memória dos “Santos Inocentes”, celebramos tantos que tiveram a vida cortada pela crueldade ao longo da História e ainda hoje. A crueldade é horripilante, escandalosa. Mas se entrarmos um pouco mais fundo em suas raízes, encontraremos a atração – mesmo que fatal – que o palácio de Herodes exerce. Podemos nos dizer totalmente fora de sua influência?
O que levou Herodes a chegar aonde chegou? Quais eram os seus sentimentos? Quais as suas buscas e desejos na vida? Quais os seus medos? O que o fazia sentir-se ameaçado?
E eu, tenho experiência destes sentimentos e desejos? Ser importante e reconhecido…; ser o 1º…; manter o controle de alguma situação… O que fui capaz de fazer para alcançar o que buscava? Que medos e ameaças se escondiam por trás desta garra?
Por outro lado, contemplar José: O que ele precisou para agir tão rapidamente? Quais eram seus sentimentos e desejos? Será que também não havia nele medo e dúvidas?
Existe uma força impulsionadora no ser humano chamada “libido”, que em si mesma não é boa nem ruim. Se ela é baixa, simplesmente não se age, não se busca, a acomodação toma conta. Estamos contemplando dois exemplos de libido forte, uma guiada pelo Espírito da Vida e outra pela ânsia de poder. Será que temos a imagem de que ser cristão é sufocar os desejos? Olhar para a própria libido: como a tenho vivido? Como desejo viver?
Que o Senhor nos ajude a deixar-nos orientar em tudo o que somos e amá-lo com todo o nosso coração, mente e forças, promovendo a vida de muitos inocentes.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei