“Tu cumprirás tudo o que me prometeste”.
27 de agosto de 2017“Herodes ficou muito triste”
29 de agosto de 2017Evangelho – Mt 23,13-22
Naquele tempo, disse Jesus: 13Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o Reino dos Céus aos homens. Vós porém não entrais, nem deixais entrar aqueles que o desejam. 15Aí de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes pior do que vós. 16Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: ‘Se alguém jura pelo Templo, não vale; mas, se alguém jura pelo ouro do Templo, então vale!’ 17Insensatos e cegos! O que vale mais: o ouro ou o Templo que santifica o ouro? 18Vós dizeis também: ‘Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela oferta que está sobre o altar, então vale!’ 19Cegos! O que vale mais: a oferta, ou o altar que santifica a oferta? 20Com efeito, quem jura pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre ele. 21E quem jura pelo Templo, jura por ele e por Deus que habita no Templo. 22E quem jura pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado.
Bom dia, amigos!
Começamos a semana com um texto evangélico desafiador. As palavras de Jesus são fortes e imbuídas de autoridade para que nos façamos interrogações de foro muito íntimo. Ele questiona o comportamento das autoridades religiosas da época pela deformação que faziam nos preceitos divinos pregados. Entretanto, Ele também nos faz pensar sobre nosso próprio comportamento hipócrita em muitas das vezes.
Nesse cenário, uma palavra que chama muito a atenção é “cego”, um termo metafórico “pesado” em nossa cultura. Conforme o dicionário Aurélio, cego é aquele que é “1.Privado da vista; 2.alucinado, transtornado; obcecado: 3. Que impede a reflexão, o raciocínio; que perturba o julgamento, oblitera a razão”. Presas aos bens materiais e ao poder que o controle sobre os outros traz, as pessoas interrogadas por Jesus colocam em xeque o seu comportamento e o dos demais. Faziam com que os fiéis assumissem posturas que não são desejadas por Deus. Confundiam os apelos materiais com o espiritual. Deus não precisa de oferendas materiais. Se a instituição vive da ajuda dos fiéis, isso não pode ser confundido com a proporção do “agradar a Deus”, como se quem contribui mais fosse mais digno.
Jesus nos alerta para duas questões fundamentais em nossa vida: o que valorizamos e o que divulgamos sobre o Pai para as pessoas. Estamos mais preocupados com aquilo que podemos oferecer de material para nossa Igreja ou com a nossa aproximação verdadeira com o coração de Deus? A ajuda material que podemos doar (não só à instituição, mas também ao próximo) deve ser feita gratuitamente e não à espera de recompensas. Nada que possamos fazer no plano meramente mundano e que possa se converter em ajuda para nosso próximo se iguala à nossa entrega a Deus. Sem essa entrega, nossas ações são inócuas, pois não nos trazem plenitude.
A segunda questão: a essência que divulgo para os outros sobre o Deus que eu conheço é verdadeira? É já repetitivo dizer que Jesus veio ao mundo para instaurar uma nova imagem de Deus: um Deus inteiramente ligado ao Amor. Atualmente, estamos sendo chamados pela Igreja o tempo todo a viver com o carinho de Deus que nos cuida, nos protege e nos ama incondicionalmente. Não foi sem motivos que dedicamos o ano passado todo refletindo sobre a misericórdia.
Então: por que ainda insistimos na ideia de nos colocarmos incapazes diante dos projetos divinos? Por que ainda ficar barganhando com Deus o que queremos e o que podemos fazer por seu Reino? Não bastaria apenas acreditar, manter diálogo constante com Ele para saber como agir e como esperar? São perguntas complexas e difíceis, mas o texto de hoje exige um pouco mais de profundidade de nós. Somos humanos e, por isso, cheios de dificuldades em nossas ações, mas se não nos fizermos essas perguntas, corremos o risco de nos cegarmos completamente e nos distanciarmos daquilo que, de fato, dá sentido à nossa fé.
Jesus, obrigada por suas palavras de autoridade de hoje. Elas incomodam, mas nos tiram um pouco da cegueira em que costumamos viver. Acreditando que está tudo em ordem, acabamos por nos deixar cegar pelas ideias que não O agradam. Obrigada por nos dar oportunidade de refletir sobre o modo como vemos nossas ações de fé e nosso olhar diante do Pai.
Desejamos, senhor, manter nossas ações coerentes com a Verdade e não com os enganos que o mundo nos oferece.
Espírito Santo, dê-nos o dom do discernimento para que nos mantenhamos vigilantes ao falar de Deus com o outro. Que despertemos no coração de quem conhecemos ideias amorosas a respeito de Deus, que façamos com que aqueles que ainda não tiveram oportunidade de se sentir verdadeiramente abraçados por Deus possam viver essa experiência tão completa do Pleno Amor.
Assim, Jesus, com a luz do Santo Espírito, esperamos também não usar o nome de Deus para afirmações enganosas. Amém.
Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte