Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: ‘A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa,  comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós.’ Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo! Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade. 

Para refletir…

A Palavra de hoje é para instruir a todos quantos querem evangelizar. São muitas dicas. O fato que chama a minha atenção, contudo, é aquele ao qual o evangelista alude no início do texto, pois nos faz entender que Jesus nos envia, ainda hoje, “aonde ele próprio devia ir”.

Eu penso que Jesus deveria fazer-se presente em meu ambiente de trabalho… Deveria fazer-se notar em minha família… Deveria fazer-se próximo no meu ambiente de estudos… Porém, ele me escolheu e enviou, “na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir”.

Tenho consciência de que sou precursor de Cristo, mesmo que, na verdade, eu o siga? Entendo que ele me envia aonde sua presença ainda não é notável, abundante? Compreendo que Jesus quer que sejamos, com nossos irmãos de fé, “novos Cristos” para o mundo?

Diante dessa perspectiva, a tarefa parece gigantesca e difícil… A verdade é que “a messe é grande” mesmo, e poucos são os dispostos a trabalhar nela. Ao vermos o tamanho do trabalho e a escassez de servos, talvez nos abata o desespero.

Jesus, em resposta, incita-nos a rezar, pedindo ao dono da messe que envie mais trabalhadores. Como é bom saber que eu não sou o dono da messe! Às vezes, a tentação pode ser pensar que a colheita é nossa, que devemos trabalhar porque merecemos os frutos desses esforços… Quando isso ocorre, cada não colheita se torna causa de angústia. Contudo, quando entendo que o terreno é de Deus, então posso apenas fazer a minha parte, desde que a faça da melhor maneira possível.

Que nossa oração de hoje nos ajude a ir adiante, aonde Jesus ainda não foi e quer chegar. Ajude-nos, também, a ter paciência e perseverança, pois o Reino não se constrói em um só dia, mas com todos os dias das vidas de muitos.

João Gustavo – Estudante de Direito – Família Missionária Verbum Dei