Sinais desta época (Lucas 12,54-59)
21 de outubro de 2016XXX Domingo do Tempo Comum – Ano C
23 de outubro de 2016Leitura: Lucas 13, 1-9
Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam sacrifícios a Deus. Então Jesus disse:
— Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram. E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.
Então Jesus contou esta parábola:
— Certo homem tinha uma figueira na sua plantação de uvas. E, quando foi procurar figos, não encontrou nenhum. Aí disse ao homem que tomava conta da plantação: “Olhe! Já faz três anos seguidos que venho buscar figos nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta figueira! Por que deixá-la continuar tirando a força da terra sem produzir nada?” Mas o empregado respondeu: “Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se não der, então mande cortá-la.”
Oração:
No tempo de Jesus, as pessoas que lhe foram falar quiseram atrelar o destino trágico de outras pessoas ao passado moral delas. A morte cruel que sofreram teria sido consequência de seus pecados. Jesus, com outras palavras, disse a essas pessoas: “o Pai não é assim. O Pai não se vinga. Não importa o que vocês veem: o pecado, não ao amor, sempre mata, mesmo os que aparentemente estão vivos; os que amam e se unem ao Amor, mesmo que morram, vivem“.
Hoje também não faltam discursos, teorias e falas, mesmo entre os cristãos, que retomam os murmúrios daqueles que Jesus repreendeu. As tragédias naturais, as guerras, as doenças… tudo nos desestabiliza tanto que nos perguntamos: por quê? Sem querer viver o Mistério, que nos rodeia e envolve, ou para evitar concluir que tanto mal se dá por minha omissão ou ações irrefletidas, talvez eu opte por teorias de causa e efeito, “aqui se faz, aqui se paga”… Se caminho com esse pensamento, é porque me esqueci do que é o centro da minha fé.
Jesus, para trazer a verdade, contou a parábola da figueira que não dava figos. O patrão, que desejava cortar a figueira, é a imagem que aquelas pessoas – e também nós, tantas vezes – temos do Pai. Um Deus impaciente, que deseja ofertas, os produtos da nossa vida, sem os quais nossa vida não tem sentido e merece terminar. O empregado, que implora por mais tempo, é Jesus, que sempre revela o rosto verdadeiro do Pai: um Deus que espera, que se preocupa com a nutrição dos que crescem, que deseja ver crescer, independentemente dos frutos.
A oração nos faça conhecer, por Jesus, o Pai verdadeiro, que não fala de vingança e, à nossa pequenez, responde sempre com misericórdia.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte