Mateus 2,13-18
28 de dezembro de 2017Pôs-se a falar do menino a todos que esperavam a libertação de Jerusalém. Lc 2,36-40
30 de dezembro de 2017Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. Pois está escrito na Lei do Senhor: “Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor.” Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda.
Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse:
— Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste
e já podes deixar este teu servo partir em paz.
Pois eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação,
que preparaste na presença de todos os povos:
uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus
e para dar glória ao teu povo de Israel.
O pai e a mãe do menino ficaram admirados com o que Simeão disse a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
— Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel. Ele vai ser um sinal de Deus; muitas pessoas falarão contra ele, e assim os pensamentos secretos delas serão conhecidos. E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria.
Espírito Santo, ajude-me a acalmar e me dê a paz necessária para eu poder ler, contemplar, aprofundar e extrair deste texto o que for mais importante para a minha vida e a de todos que me rodeiam e convivem comigo.
Senhor, ao ler este texto, logo inicio uma composição de lugar. Vejo você nos braços de Maria, apoiada em José, aproximarem-se daquele lugar sagrado, já bastante conhecido por seus pais, pois o evangelista diz, mais adiante, que todos os anos eles iam a Jerusalém para a festa da Páscoa (Lc 2, 41).
Vendo sua pobre família se aproximar do templo, como tantas outras, oferecendo para o sacrifício a dádiva dos mais pobres, duas rolinhas ou dois pombinhos, não consigo entender como o velho Simeão pôde perceber que eram de vocês que o Espírito lhe havia falado.
Passo a observar o olhar de Simeão. O que pode haver no olhar dele para perceber que, escondido em uma família tão pobre e frágil, estava aquele que veio para salvar a humanidade?
A cena e o que se desenrola é uma das coisas mais improváveis que eu poderia contemplar. Aos meus olhos, não há nada de especial para Simeão reconhecer que o Senhor é o Messias. Ainda tão pequeno e frágil, sem poder falar uma única palavra, não apresenta nada que pudesse fazê-lo reconhecido. Aos pastores, o anjo havia dado instruções precisas, mas não a Simeão.
Verdadeiramente, o olhar de Simeão vem de seu interior. O texto diz que ele era bom e piedoso, dois atributos reservados somente àqueles que são muito íntimos de Deus. O olhar de Simeão é expressão dessa intimidade.
O olhar de Simeão me ensina muito. É necessário ter fé e se deixar transformar para olhar todas as coisas com a pureza necessária. Não uma pureza moral, mas aquela que não recobre os objetos que se olha com os preconceitos e padrões que são só meus, que não possuem nada de natural ou evidente. Que são apenas projeções conceituais criadas ou aceitas por mim.
O olhar de Simeão vê, na criança que pede no sinal de trânsito, uma criança necessitada de cuidado e atenção, nada mais. O que você vê quando a olha?
O olhar de Simeão ensina a olhar com os olhos do Espírito Santo. Um olhar que vê muito além das aparências. Caso Simeão deixasse a aparência da Família Sagrada turvar seu olhar, com as sombras do preconceito, ele não teria conseguido ver o Messias.
Podemos, neste momento, aproveitar para fazer uma retrospectiva do ano e recolher situações em que nosso olhar positivo ajudou a construir uma melhor relação com os outros e aqueles momentos em que nosso olhar negativo destruiu essas possibilidades.
Fazendo um discernimento desses momentos, pedir ao Espírito Santo que, quando olharmos para nossos familiares, nossos amigos, colegas de trabalho ou escola, ajude-nos a conservar um olhar mais puro, menos carregado de preconceitos. Pedir ao Espírito Santo que nos dê um olhar de Simeão, capaz de perceber a salvação onde ela está.
Desejo a todos um feliz ano novo, cheio de coisas boas, daquelas que brotam de um coração sempre renovado pelo sopro do Espírito. E, também, que 2018 seja repleto de realizações, daquelas que são construídas sob a luz que vem do alto.
Maria, mãezinha querida, que carregou a salvação no colo e a conhece tão bem, permaneça sempre conosco, indicando-nos seu filho. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte