Dou graças!
22 de dezembro de 2015Você irá adiante do Senhor
24 de dezembro de 2015Leitura: Lucas 1, 57-66
Chegou o tempo de Isabel ter a criança, e ela deu à luz um menino. Os vizinhos e parentes ouviram falar da grande bondade do Senhor para com Isabel, e todos ficaram alegres com ela. Quando o menino estava com oito dias, vieram circuncidá-lo e queriam lhe dar o nome do pai, isto é, Zacarias. Mas a sua mãe disse:
— Não. O nome dele vai ser João.
Então disseram:
— Mas você não tem nenhum parente com esse nome!
Aí fizeram sinais ao pai, perguntando que nome ele queria pôr no menino. Zacarias pediu uma tabuinha de escrever e escreveu: “O nome dele é João.” E todos ficaram muito admirados. Nesse momento Zacarias pôde falar novamente e começou a louvar a Deus. Os vizinhos ficaram com muito medo, e as notícias dessas coisas se espalharam por toda a região montanhosa da Judeia. Todos os que ouviam essas coisas e pensavam nelas perguntavam:
— O que será que esse menino vai ser?
Pois, de fato, o poder do Senhor estava com ele.
Oração:
No início do novo testamento, dois personagens se contrastam. De um lado, Maria, que ontem acompanhamos em sua visita à prima Isabel. Ela, diante da notícia de que seria mãe de Deus, embora tal fosse para ela completamente estranho, pergunta “como” aquilo se daria. De outro lado, Zacarias, que, ao receber o anúncio de que seria pai, e reconhecendo que ele e sua mulher já tinham idade mais avançada, duvida. Lá, uma mulher simples, judia, que crê; aqui, um judeu, trabalhador do templo, que desacredita.
O primeiro passo da oração de hoje pode ser tentar perceber em que momento estamos em nossa vida de fé. Hoje estamos mais Maria ou mais Zacarias? Para mim, é natural crer? Quando ouço a voz de Deus, que me diz que me ama e deseja fazer-me feliz, duvido? Por quê? Creio que Ele possa ter grandes planos para mim? Não? Por que não? Sim? Quais planos?
Lucas não dispensa detalhes ao contar o início da história de João Batista. Seu pai, quando estava no templo, recebeu do anjo Gabriel anúncio semelhante ao que receberia Maria. Zacarias seria pai e deveria chamar seu filho de “João”. Zacarias duvida e logo emudece. No dia da circuncisão do filho, volta a falar após ter confirmado que o filho teria o nome que sua mãe lhe queria colocar: João, que significa que “Deus é bondoso”.
O evangelista conta que as pessoas que ouviam falar desses acontecimentos ficavam temerosas e se perguntavam quem aquele menino seria, pois percebiam que, “de fato, o poder do Senhor estava com ele”.
Se dissermos que a vida de Jesus é o livro mais bem escrito sobre o amor do Pai pela humanidade, temos de reconhecer a vida de João Batista como o melhor prefácio desse livro. Em primeiro lugar, porque também o que se percebe em João Batista é inesperado: o poder do Senhor vem com uma criança, nascida de mulher até então estéril, filho de casal de idade avançada… Em segundo lugar, e esse é o detalhe mais importante, porque em João Batista o Pai começa seu discurso mais desconcertante: Deus é bondoso. Em João Batista, o Pai começa a revelar quem Ele é: Deus é bom. Em João Batista, o Pai começa a apresentar sua disposição para pagar o preço da decepção do povo que o seguia: o todo-poderoso é, na verdade, “todo-bondoso”. O Pai é “todo-amoroso”. O Pai é “todo-misericordioso”. O Pai ama a humanidade toda.
A oração faça que, também em nossa vida, de forma surpreendente e contrariando tudo que se espera, se vê e se diz, nosso poder seja nossa bondade e nosso amor.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte