19º Domingo do Tempo Comum – Ano B
9 de agosto de 2015Como uma criança…
11 de agosto de 2015Leitura: Jo 12, 24-26
Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo. Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira. Quem quiser me servir siga-me; e, onde eu estiver, ali também estará esse meu servo. E o meu Pai honrará todos os que me servem.
Oração:
No início desta semana, a Palavra nos convida a rezar com a figura do grão de trigo. Enquanto o grão conserva sua forma e está confortável entre outros grãos, não expressa sua essência nem dá seu fruto. Ao contrário, quando sofre a solidão do contato com a terra, suas asperezas e umidades, então morre: perde sua casca de grão e o que ele leva no interior, seu material mais precioso, capaz de gerar fruto, gera mais trigo através do contato com a terra.
Jesus nos convida a ser esse grão que morre. Não se trata de ato heroico ou decisão digna de aplauso. O grão não é para ser grão. O grão que não morre, que permanece grão, é inútil; não tem vida de verdade. O grão só tem sentido com vistas à projeção, ao que pode ser, ao fruto que pode gerar. O grão é unidade voltada para o futuro, para o transcendente. De forma que morrer não é diferencial de poucos e especiais; morrer, para o grão, é sua grande necessidade; é fase sem a qual ele não se torna de verdade aquilo que é por dentro.
Todo cristão, imitando o grão exemplar, que é Jesus, é grão do celeiro do Pai.
Qual é a terra em que me vejo lançado(a)?
Quais são as cascas que precisam ceder para que eu dê fruto? Quais apegos, necessidades, exigências e desejos não permitem que eu me abra na terra úmida onde devo brotar? Desejo morrer para esses apegos?
Conheço minha essência ou não tenho consciência daquilo que tenho por dentro, que é a identidade de Filho?
A oração nos dê coragem para seguir Jesus, o grão que se deixou cair na terra e que se deixou matar na revelação da sua essência. Que a oração nos ajude no caminho para que ele se preencha da vida verdadeira.
João Gustavo H. M. Fonseca, graduando em Direito na UFMG e membro da Família Verbum Dei de Belo Horizonte.