Nós, Igreja: que empregado temos sido?
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23 de outubro de 2015Leitura: Lucas 12,49-53
Jesus continuou:
— Eu vim para pôr fogo na terra e como eu gostaria que ele já estivesse aceso! Tenho de receber um batismo e como estou aflito até que isso aconteça! Vocês pensam que eu vim trazer paz ao mundo? Pois eu afirmo a vocês que não vim trazer paz, mas divisão. Porque daqui em diante uma família de cinco pessoas ficará dividida: três contra duas e duas contra três. Os pais vão ficar contra os filhos, e os filhos, contra os pais. As mães vão ficar contra as filhas, e as filhas, contra as mães. As sogras vão ficar contra as noras, e as noras, contra as sogras.
Oração: O fogo que divide
Jesus não veio incendiar as nossas cidades, como supõe a interpretação grosseira do texto de hoje. O fogo trazido por Jesus, é o fogo que inflama nossa alma, que nos traz uma fé ardente, e nos move feito luzes na escuridão do mundo. Jesus nos dá o fogo do céu, pelo envio do Espírito Santo. Em sua vitória sobre a morte, incendeia o coração de todos aqueles que, pelo desejo de seu seguimento, também almejam a vitória da vida.
Deus põe fogo na terra quando quer nos falar. Não nos esqueçamos de como ele se comunicou a Moisés por meio da sarça ardente (Êxodo 3). Pelo fogo que não se consumia, Deus se apresentou a Moisés e disse-lhe: vim para dividir! Quero libertar o meu povo daqueles que o maltratam no Egito! De modo análogo, Jesus se apresenta ao mundo dizendo do fogo que veio trazer: vim para dividir! Quero libertar o meu povo daquilo que o aprisiona e o mortifica em cada canto do mundo!
A divisão não é sempre ruim. Ora, se o mundo fosse apenas de bondade, a divisão inevitavelmente estragaria o mundo: daria espaço àquilo que é ruim. Mas Jesus veio trazer sua divisão a um mundo arruinado pelo pecado. Sua divisão quer libertar aquilo que é bom, separar pelo critério do bem. Aquele que se dedica ao seguimento da Palavra de Jesus será separado dos demais que escolheram a baixeza do mundo. O critério é a convivência com Jesus, por meio da prática do amor e da oração persistente, que nos faz íntimos Dele.
Seria um grande erro acharmos que estamos definitivamente prontos para a divisão que Ele propõe. Temos nossas fraquezas e o pecado insistente que nos afasta da dignidade dos escolhidos por Deus. Por isso, contamos com sua compaixão e amor por cada um de nós, além de lembrarmo-nos também de um conselho que Ele nos dá: vigie! Fique esperto! Coloque-se de pé, em prontidão, e me siga a todo instante!
Rezemos hoje para que sejamos chamas do fogo de Cristo neste mundo. Partipando desse fogo que nunca se consome, multipliquemos a luz do Deus que nos promete vida em abundância.
Marcelo H. Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG e membro da Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte-MG.