8 de março, 4ª feira, 2ª Semana da Quaresma

Mt 20,17-28

Entre vós não deverá ser assim

Leitura. O que diz o texto?

Jesus inicia a subida para Jerusalém, onde enfrentará o conflito. Ele toma os seus discípulos e os coloca nesse mesmo caminho. A conversa gira em torno do terceiro anúncio da sua Paixão. Por duas vezes já tinha feito esse anúncio, mas os discípulos parecem não compreender as consequências deste seguimento.

Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?

Jesus faz pela terceira vez o anúncio da sua Paixão, mas os discípulos parecem não estar muito interessados no assunto. O foco deles é outra preocupação. Enquanto Jesus diz que será condenado à morte, eles discutem “quem será o maior”. Jesus, inegavelmente é um profeta que atraiu para si multidões e à primeira vista parece que vai instalar um novo reinado, derrotando o poder do Império. Por isso, longe de querer aderir a Jesus e seu projeto, os discípulos estão mais  preocupados é com o poder e os privilégios que esse novo “reino” poderá trazer. Dominação e imposição de autoridade. É o que pensam, mas Jesus adverte, diante da tentação de ser como os governantes e poderosos deste mundo: “Entre vós não deverá ser assim”.

Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?

Ensina-nos a pedir, Senhor, não lugares de destaque e poder dominador que geram dor e opressão. Ensina-nos a pedir sim, a sabedoria para sabermos enfrentar com serenidade os conflitos que nos esperam no final do caminho para Jerusalém.

Contemplação. O que o texto faz em mim?

Jesus se põe no caminho e toma seus discípulos e discípulas. Coloque-se também nesse caminho. Sinta os seus passos trilharem os mesmos caminhos onde Jesus pisou nessa trajetória. Ele sabia que o conflito o esperava. Mas não deixou se abater. A confiança no Pai o impulsionava. Sinta que o amparo e a força de ternura de Deus também o impulsiona no difícil caminho da subida para a “Jerusalém” de cada um.

O que o texto me sugere a viver?

“Quem é o maior?” Na Comunidade eclesial, essa pergunta talvez seja a que mais alimenta um grande mal, muito denunciado pelo Papa Francisco: o clericalismo. É a disputa por cargos, poder e privilégios. Vamos lembrar que o maior na comunidade do Reino é sempre aquele que serve mais.

Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*

*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Membro da Coordenação Colegiada Arquidiocesana da Pastoral Carcerária. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil.