“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.”
18 de outubro de 2018“Nós pomos nossa esperança em Deus, o Senhor”
21 de outubro de 2018Milhares de pessoas se ajuntaram, de tal maneira que umas pisavam as outras. Então Jesus disse primeiro aos discípulos:
— Cuidado com o fermento dos fariseus, isto é, com a falsidade deles. Tudo o que está coberto vai ser descoberto, e o que está escondido será conhecido. Assim tudo o que vocês disserem na escuridão será ouvido na luz do dia. E tudo o que disserem em segredo, dentro de um quarto fechado, será anunciado abertamente.
Jesus continuou:
— Eu afirmo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas depois não podem fazer mais nada. Vou mostrar a vocês de quem devem ter medo: tenham medo de Deus, que, depois de matar o corpo, tem poder para jogar a pessoa no inferno. Sim, repito: tenham medo de Deus.
— Por acaso não é verdade que cinco passarinhos são vendidos por algumas moedinhas? No entanto Deus não esquece nenhum deles. Até os fios dos cabelos de vocês estão todos contados. Não tenham medo, pois vocês valem mais do que muitos passarinhos!
Oração:
Que o Espírito Santo nos ilumine com sua sabedoria, para que saibamos caminhar segundo os ensinamentos do evangelho.
Em quem temos acreditado? A que temos dado importância?
Como perceber o “fermento dos fariseus”?
Discernimento é um dos exercícios espirituais mais importantes a fazermos em nossa vida. Ele é imprescindível para conseguirmos nos aproximar daquilo que Deus quer para nós.
Todos aceitamos, com certa facilidade, a ideia de que Deus quer a nossa felicidade, mas temos dificuldade de discernir onde ela está. E ela está mais perto do que pensamos e é mais simples e alcançável do que imaginamos, porém precisamos ficar atentos para não sermos contaminados com o “fermento dos fariseus”.
Certa vez, Jesus disse: “vocês não devem ser chamados de ‘mestre’, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre” (Mt 23, 8).
Ora, entendo que Jesus nos deixa um direcionamento importante para fundamentarmos nosso discernimento. Ele deve estar fundamentado na sua mensagem. Razão pela qual é nosso dever, como leigo e leiga, conhecer e orar com a Palavra continuamente. Esse exercício nos permitirá não sermos contaminados pelo “fermento dos fariseus”.
Um “fermento dos fariseus” muito comum, que nos ronda com insistência, são certos moralismos completamente vazios de conteúdo fraterno. Moralismos que fecham nosso coração àquele que é diferente, seja na cor, na religião, na orientação sexual, na origem ou no posicionamento político.
Uma das mais perversas consequências resultantes dessa posição moralista é que julgamos e condenamos com muita facilidade e, ao mesmo tempo, justificamos essas atitudes apresentando um sem número de artifícios para dizer que vivemos de acordo com o evangelho. No entanto, Jesus nos alerta dizendo que “Tudo o que está coberto vai ser descoberto, e o que está escondido será conhecido”.
Não conheço uma única passagem do evangelho em que Jesus tenha sido moralista, além do que, na famosa parábola do juízo final, nenhuma das cláusulas de julgamento é de cunho moralista: “eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar” (Mt 25,35-36). A tônica constante do evangelho é o cuidar do outro nas suas necessidades básicas ou, em outras palavras, viver a fraternidade servindo ao outro.
Posto isso, percebo que Jesus nos incentiva a sermos livres para caminhar segundo sua mensagem. Então ele vai nos incentivar a confiar mais em Deus. O evangelista utiliza uma forma negativa de nos transmitir a mensagem, pois quer reforçar a ideia de não termos medo dos homens. Em nossa cultura temos dificuldade de digerir quando nos é dito para “termos medo de Deus”, afinal temos nos esforçado para mudar da imagem de um Deus distante e justiceiro para um Deus que é próximo, justo e fiel. Mas, se viramos a moeda, o sentido permanece e poderemos entender melhor. O outro lado da moeda de ter medo de quem pode nos tirar a vida, é ter confiança em que pode preservá-la. Deus é o único que pode preservá-la, portanto tenhamos confiança nele.
Jesus completa seu aconselhamento nos lembrando que somos valiosos para Deus e que ele cuida integralmente de nós: “Até os fios dos cabelos de vocês estão todos contados. Não tenham medo, pois vocês valem mais do que muitos passarinhos!”
Maria, querida mãezinha, vem caminhar conosco. Conduza-nos a seu filho e nos ajude a reconhecer o fermento dos fariseus, de tal forma que não nos contaminemos com ele e estejamos sempre livres para vivermos o amor fraterno e o serviço aos outros. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte