Precisamos de sinais de Deus?
13 de fevereiro de 2017Chegar a Jesus, levar a Jesus… (Mc 8, 22-26)
15 de fevereiro de 2017Os discípulos haviam esquecido de levar pão e só tinham um pão no barco. Jesus chamou a atenção deles, dizendo: Fiquem alertas e tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes! Aí os discípulos começaram a dizer uns aos outros: Ele está dizendo isso porque não temos pão. Jesus ouviu o que eles estavam dizendo e perguntou: Por que vocês estão discutindo por não terem pão? Vocês não sabem e não entendem o que eu disse? Por que são tão duros para entender as coisas? Vocês têm olhos e não enxergam? Têm ouvidos e não escutam? Não lembram dos cinco pães que eu parti para cinco mil pessoas? Quantos cestos cheios de pedaços vocês recolheram? Eles responderam: Doze. Jesus perguntou outra vez: E, quando eu parti os sete pães para quatro mil pessoas, quantos cestos cheios de pedaços vocês recolheram? Eles responderam: Sete. Então Jesus perguntou: Será que vocês ainda não entendem?
Os discípulos se preocupam por não terem acumulado pão. Jesus chama a atenção deles para não ficarem presos a um sistema que visa a acumular coisas para ter segurança.
O evangelho de hoje nos convida a olhar para nossa vida, e nos perguntar: Onde ponho minha esperança/segurança?(…) Entre os discípulos pairava o “espirito” de acumular; muito comum entre os fariseus; acumular coisas para ter segurança… A filosofia dos fariseus era o seguinte: aos outros, todo o rigor da lei, e a eles, toda a flexibilidade/permissividade, utilizavam da lei em beneficio próprio. Quanto a Herodes, era o abuso da autoridade. Em ambos os casos são atitudes egoístas, que só fazem crescer a desigualdade e a injustiça!
A principio acumular um bocado de pão para garantir o sustento por alguns dias para se sentir seguro, parece não haver nada demais. O problema é o “espirito” que os influenciava… Quem de nós não espera e busca por um porto seguro, para nós e para os nossos familiares, em especial para os nossos filhos? É algo comum à maioria, e o que justifica nossa luta diária! Mas precisamos ter cuidado, todos sabem que o fermento por si só não serve para nada, mas é um agente que produz a fermentação de uma substância… É interessante que ele modifica a estrutura da massa, mas uma vez colocado na massa não mais podemos vê-lo, apenas o seu resultado… Naquela época Jesus se dirigiu aos seus discípulos pedindo cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes. E hoje, com qual fermento devemos ter cuidado?
Ou seja, qual “espirito” predomina em mim? O que para mim tem maior valor, Deus ou as riquezas? Nesse momento me lembro de uma passagem que vem de encontro com essa ideia, “Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Pelo contrário, ajuntem riquezas no céu, onde as traças e a ferrugem não podem destruí-las, e os ladrões não podem arrombar e roubá-las. Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês”. (MT6, 19 – 21)
Em nome de uma falsa segurança corremos o risco de perder o que temos de melhor! “Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos”. Em outra tradução: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”. (Prov4, 23)
Às vezes somos como os fariseus, somos muito permissivos, tolerantes com a injustiça. Vamos na contramão da proposta do Reino, onde Jesus deixa claro que: Deus leva o homem a liberdade e a vida através da justiça que gera a partilha e a fraternidade. As riquezas são resultado da opressão e da exploração, levando o homem a escravidão e a morte.
Senhor ajuda-nos a nos afastar de tudo quanto nos afastam dos valores do Reino, hoje agora e sempre, Amém.
Agostinho Augusto – Fraternidade missionaria Verbum Dei – Belo Horizonte MG.