Não tenham medo, pois vocês valem mais do que muitos passarinhos!
14 de outubro de 2016XIX Domingo do Tempo Comum – Ano C
16 de outubro de 2016Leitura: Lucas 12, 8-12
Jesus disse ainda:
— Eu digo a vocês que, se alguém afirmar publicamente que é meu, então o Filho do Homem também afirmará, diante dos anjos de Deus, que essa pessoa é dele. Mas aquele que disser publicamente que não é meu, o Filho do Homem também dirá diante dos anjos de Deus que essa pessoa não é dele.
— Quem falar contra o Filho do Homem será perdoado, porém quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado.
— Quando levarem vocês para serem julgados nas sinagogas ou diante dos governadores e autoridades, não fiquem preocupados, pensando como vão se defender ou o que vão dizer. Pois naquela hora o Espírito Santo lhes ensinará o que devem dizer.
Oração:
No início da oração de hoje, lendo os primeiros versículos de Lucas, brota uma vontade: afirmar publicamente, conforme Jesus sugere no evangelho, que sou d’Ele. Uma vontade de ter a coragem para as palavras sobre o Reino, mas especialmente uma vontade de ter a ousadia para encarnar as ações do Filho. Dizer, com o pensamento, a boca e a presença: sou d’Aquele que é (Ex 3, 14). Dizer, com a singeleza da vida, que sou de Alguém.
A vontade de ser leva, às vezes, ao temor que também sentiam aqueles para quem Lucas falava. Eles sabiam que, se fossem d’Ele, cedo ou tarde teriam de lidar com as consequências. Saberiam falar às autoridades? Que falariam aos governadores? E eu, que direi aos meus contextos? E se o evangelho não tiver palavras para a realidade? E se minha fé não tiver o que dizer às minhas dúvidas, angústias, medos e confusões? E se, depois de caminhar, eu não tiver palavras para me defender da minha própria descrença?
A nós, que sentimos tantas vezes o que sentiam aqueles primeiros discípulos, vem, hoje, a mesma palavra: “o Espírito Santo lhes ensinará o que devem dizer”.
Jesus usa o plural. Deseja mostrar que as palavras certas, que respondem à realidade, que sanam as dúvidas, que arrefecem as angústias e retiram o medo só podem ser encontradas na caminhada comunitária. Parece haver aí – no plural – um conselho: não é possível viver a fé e atravessar suas crises e perseguições – a falta de palavras – sem uma caminhada em que estamos acompanhados por amigos. É preciso estar na Igreja, no meu grupo de oração, na minha comunidade, na minha família.
Que o Espírito nos encha com sua palavra, a única que responderá às nossas perguntas mais íntimas e fundamentais, e que nos sustenta mesmo quando não temos respostas.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte