Convite à fertilidade (Marcos 4,1-20)
29 de janeiro de 2014A terra produz fruto por si mesma (Marcos 4,26-34)
31 de janeiro de 2014“Jesus continuou: “Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha ou debaixo da cama? Não a coloca no candeeiro? Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.”
E Jesus dizia ainda: “Prestem atenção no que vocês ouvem: com a mesma medida com que vocês medirem, também vocês serão medidos; e será dado ainda mais para vocês. Para aquele que tem alguma coisa, será dado ainda mais; para aquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem.””
Trazemos uma lâmpada dentro de nós, não porque tenhamos luz própria, mas porque a luz de Deus nos foi dada. É o dom que recebemos em nosso Batismo, e a missão correspondente de iluminar. Que a nossa vida revele a luz de Deus que habita em nós.
Muitas vezes, numa visão egocentrada, pensamos ter perdido esta luz, tê-la apagado com nossas incoerências, pensamos que as nossas sombras podem se tornar mais fortes que ela. Não podem! E o convite é redescobrir esta luz que nos foi dada gratuitamente, mesmo que esteja (ou pareça) escondida, e colocá-la onde deve estar.
E que bonito perceber a paciência com o Senhor espera com que vivamos verdadeiramente o que somos, como que vivamos sob esta luz! Que deixemos iluminar todas as nossas dimensões, a nossa “dança dos desejos íntimos” (que é o que às vezes pensamos estar fora da luz, mas que justamente o chamado não é os eliminar, mas deixá-los ser iluminados, deixar os segredos deixarem de ser escondidos, mas tornarem-se manifestos diante do Senhor). E que, à medida em que acolhemos o dom da luz (algo que é processo), vamos permitindo que ele saia, que reflita da nossa vida para outras vidas.
A luz é símbolo da fé. E como diz o Apóstolo Paulo, a fé vem do ouvido. Por isso, o chamado: “Prestem atenção no que vocês ouvem.” Quem é a verdadeira medida? O próprio Jesus Cristo, “Caminho, Verdade e Vida”. Ele, em sua relação com o Pai e com os irmãos, é que nos oferece o critério, a referência, a medida. O que aconteceria às nossas relações se olhássemos para o outro com a medida de Cristo, a medida do seu olhar e da sua entrega?
Não se trata aqui de um ideal, que poderia parecer pesado e até impossível. Trata-se de reconhecer o dom recebido, a luz do Batismo que nos dá a configuração com Cristo; ser configurados a Ele, tomar a sua figura, dom em cada Eucaristia celebrada, que quanto mais acolhemos, mais se multiplica e – sendo nós um só Corpo – multiplica-se para outros.
Peçamos o dom da renovação da nossa fé, do nosso desejo pela luz da apuração da nossa escuta a Deus e aos apelos que a vida nos faz.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner.