Santos e santas de Deus, rogai por nós e inspirai-nos! (Mt 5,1-12a)
1 de novembro de 2014A recompensa da gratuidade (Lc 14,12-14)
3 de novembro de 2014PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
“Respira em mim,
ó Espírito Santo,
para que meus pensamentos possam ser todos santos.
Age em mim, ó Espírito Santo,
para que meu trabalho também possa ser santo.
Atrai meu coração, ó Espírito Santo,
para que só ame o que é santo.
Guarda-me, pois, ó Espírito Santo,
para que eu sempre possa ser santo.[1]
TEXTO BÍBLICO: João 12.23-26
Alguns não judeus vão ver Jesus
23Então ele respondeu:
— Chegou a hora de ser revelada a natureza divina do Filho do Homem. 24Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo. 25Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira. 26Quem quiser me servir siga-me; e, onde eu estiver, ali também estará esse meu servo. E o meu Pai honrará todos os que me servem.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Padre Gabriel Mestre
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
O que disse Jesus? O que acontece ao grão de trigo que não morre? O que dá o grão de trigo quando morre? O que acontece àquele que ama sua vida? O que deve fazer alguém que quer seguir Jesus? O que acontecerá se alguém servir a Jesus?
Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
Todos os anos, no dia 2 de novembro, celebramos na liturgia da Igreja a Comemoração de todos os Fiéis Defuntos. Neste ano de 2014, temos a particularidade de que a referida celebração cai em dia de domingo. É uma celebração antiga – há testemunhos desde o século IX – e expressa o que a fé da Igreja sempre acreditou: de um lado, a vitória da ressurreição do Senhor sobre a morte e, de outro, a oração pelos defuntos. Existe a possibilidade de escolher vários textos bíblicos para a celebração deste dia. Aqui, usamos um texto evangélico tirado de João.
É um texto breve, mas decisivo. Pelo que lemos alguns versículos antes e outros depois, este relato está situado em um contexto de inquietação e de angústia do Senhor ao perceber que chegara sua hora. No versículo 24, apresenta uma pequena parábola sobre o grão de trigo. Muito clara e muito direta. Todos podemos compreendê-la, apesar de não termos muita experiência da vida no campo. Para que haja boa colheita, para que haja furto abundante é necessário que o grão morra. Se não morre, não pode haver vida na espiga de trigo que lodo dará novas sementes e, assim, haverá pão na mesa de muitos e mais sementes para continuar a semeadura.
Jesus aplica de forma direta esta comparação à sua vida e à sua paixão iminente. No entanto, a partir do v. 25, aplica-a também a seus discípulos. Quem não estiver disposto a morrer, não vai dar verdadeiro fruto e não vai obter a Vida Eterna que o Pai dos Céus tem reservada para os verdadeiros discípulos do Senhor.
Em todo o relato, a morte pode ter, por assim dizer, dois sentidos, que não se contrapõem mas que, de fato, se exigem e se complementam. Por um lado, a morte física ou biológica, no final de nossa existência terrena, que cede o lugar à Vida Eterna; por outro, está também o que poderíamos chamar de “pequenas mortes” de cada dia, quando uma pessoa é capaz de renunciar, sacrificar-se, entregar-se e servir aos irmãos. Tanto uma quanto a outra são um “morrer” para “ressuscitar” em Cristo para a Vida sem fim.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
O Papa Bento XVI convida-nos a refletir sobre dar a vida pelos demais, na visita à Igreja luterana de Roma (Domingo, 14 de março de 2010).
“Chegou a hora de ser glorificado o Filho do Homem” (Jo 12, 23). O Senhor explica este conceito da glorificação com a parábola do grão de trigo. Ele mesmo é grão de trigo que veio de Deus, o grão divino, que se deixa cair na terra, que se deixa partir, quebrar na morte e, precisamente através disto, se abre e pode assim dar fruto na vastidão do mundo.
“Aquilo que nesta parábola cristológica, o Senhor diz de si, aplica-o a nós noutros dois versículos: “Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo aborrece a sua vida conservá-la-á para a vida eterna” (v. 25). Penso que quando ouvimos isto, num primeiro momento, não nos agrada. Gostaríamos de dizer ao Senhor: Que nos dizes, Senhor? Devemos aborrecer a nossa vida, nós próprios? Não é porventura a nossa vida um dom de Deus? Não fomos criados à tua imagem? Não deveríamos estar gratos e felizes porque nos doaste a vida?
“Mas a palavra de Jesus tem outro significado. Naturalmente o Senhor doou-nos a vida, e por isto lhe somos gratos. Gratidão e alegria são atitudes fundamentais da existência cristã. Sim, podemos ser felizes porque sabemos que esta vida é de Deus. Não é um caso sem sentido. Eu sou querido e amado. Quando Jesus diz que deveríamos aborrecer a nossa própria vida, quer dizer outra coisa. Pensa em duas atitudes fundamentais. Uma é aquela pela qual eu gostaria de ter para mim a minha vida, pela qual considero a minha vida como minha propriedade, considero-me a mim mesmo como minha propriedade, e por isso quero gozar o mais possível esta vida presente, de modo a viver muito vivendo para mim mesmo. Quem o faz, quem vive para si próprio e se considera e quer só a si mesmo, não se encontra, perde-se. É exatamente o contrário: não perder a vida, mas doá-la. É isto que nos diz o Senhor. E não é tomando a vida para nós, que a recebemos, mas é doando-a, indo além de nós mesmos, não olhando para nós, mas doando-se ao outro na humildade do amor, doando a nossa vida a ele e aos outros”.[2]
Agora perguntemo-nos:
Para mim, o que pressupõe a palavra “morte”? Rezo pelos defuntos, pelos familiares, amigos e conhecidos que já partiram para a Casa do Pai? Estou demasiado apegado às coisas desta vida, ou tenho liberdade para entregar-me e servir ao Senhor nos irmãos? Que posso fazer hoje, como jovem, para estar serenamente no verdadeiro caminho da Vida Eterna? Que terei de mudar? Que deverei melhorar em minha vida de discípulo do Senhor?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Senhor Jesus,
compreendi que morrer não tem transcendência.
Não tem importância. Apenas fui suavemente para o outro lado do caminho.
Tudo fica tal como era.
Queridos irmãos, eu permaneço eu e vocês permanecem vocês.
A vida que partilhamos com amor fica como foi.
O que fomos um para o outro ainda é assim.[3]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Ensina-me, Senhor, a ver no rosto de cada irmão o reflexo de teu rosto,
para que, assim, neles eu possa amar-te.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante a semana, buscarei amigos próximos que tenham alguma necessidade, orarei por eles, acompanhá-los-ei e, se possível, ajudá-los-ei a solucionar suas dificuldades.
“O amor ao próximo é a medida de nosso amor a Deus
Santa Edith Stein