9 de novembro, 5ª feira, Dedicação da Basílica do Latrão.

(A Basílica do Latrão, em Roma, dedicada ao Divino Salvador pelo Papa São Silvestre no ano 324, foi a primeira Catedral do mundo. Mais tarde, foi dedicada também a São João Batista e a São João Evangelista. Portanto, a Catedral de Roma é a Basílica do Latrão, mãe e cabeça de todas as igrejas de Roma e do mundo).

Jo 2,13-22 – O corpo do Senhor ressuscitado será o novo templo

Oração inicial, invocando a luz do Espírito Santo.

Abrir o coração para acolher com gratidão e amor a Palavra do Senhor.

Abrir bem os ouvidos para escutar o que o Senhor irá falar.

Que a luz da Bíblia ilumine sua vida!

Leitura: O que o texto diz em si?

Ler com atenção e bem devagar Jo 2,13-22.

Jesus chega em Jerusalém acompanhado de seus discípulos e vai ao Templo. Ele fica indignado ao ver que aquele lugar sagrado, “a casa de meu Pai”, foi transformado num mercado, num centro de comércio religioso, onde as pessoas eram exploradas em nome do deus dinheiro ou tentavam comprar as graças de Deus com suas oferendas. Com um chicote Jesus expulsa do Templo os vendedores, os cambistas e os animais e ainda derruba as mesas de moedas. Em seguida Ele fala do novo Templo, o seu corpo glorificado pela ressurreição. O texto conclui dizendo que “muitos creram em seu nome ao verem os sinais que fazia”. No entanto, Jesus ainda não vê neles uma fé autêntica.

(Ler novamente o texto.)

Meditação: O que o texto diz a mim?

Deus, Pai terno e bom, quer o seu culto associado ao esforço de tornar o mundo mais humano, justo e fraterno. Certamente vamos nos afastado muito de Deus quando transformamos o mundo em um grande mercado onde tudo se compra e se vende, onde as relações das pessoas entre si, delas com os bens da criação e até com o próprio Deus são marcadas por interesses egoístas de vantagens e lucros. Deus é amor, e o amor não se compra, não se vende, é gratuito. O corpo de Jesus, destruído pelo poder religioso e político, porém glorificado pela ressurreição, se torna o novo templo, de portas abertas para todos, e onde Deus Pai pode ser adorado “em espírito e em verdade” por todos os seu filhos e filhas, sem exclusão.

Oração – O que o texto me leva a dizer a Deus?

Agradeça a Deus por ter sido interpelado(a) por esta Palavra, pelo novo ardor que ela gerou em seu coração, pela luz que ela acendeu em seu caminho.

Manifeste ao Senhor a sua disposição sincera de vivenciar a dimensão religiosa de sua vida “em espírito e em verdade”, experimentando a gratuidade do amor de Deus e as surpresas da cultura do encontro.

Peça ao Senhor que nos ajude a fazer de nossas igrejas – de pedra ou tijolo – verdadeiros espaços onde as pessoas possam se sentir na “casa do Pai”, em espírito de alegre acolhida e de fraterna união.

Contemplação: O que Deus, através do texto, está realizando em mim?

Acolher esta Palavra como dirigida a você. Observe o que vai ficando nos seus olhos e no seu coração como atitudes e compromissos novos.

A religião verdadeira nos torna pessoas humanas melhores, cristãos que cultivam os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.

Como Maria, saborear em silêncio a Palavra de Deus, e repetir: “Faça-se em mim segundo a vossa Palavra”.

Ação: O que a escuta e a meditação deste texto me sugere vivenciar?

Lembrar que religião sempre combina com confiança, amor e gratuidade, nunca com interesse de lucro e poder abusivo. Deus não pode se identificar com uma religião cuja centralidade é o dinheiro. Aparentemente, são ambientes de muita religião, mas o ruído do dinheiro abafa a voz de Deus.

Pe. Elizeu Hilário de Souza – é presbítero da diocese de Teófilo Otoni-MG e reitor do Seminário Sagrado Coração de Jesus de sua diocese em Belo Horizonte-MG

Imagem: Basílica do Latrão – Roma